terça-feira, dezembro 19, 2006

A razão do ser, por Filipe Oliveira

Há um conjunto de questões às quais qualquer ser humano não fica indiferente e anseia por ver respondidas. O que somos, qual o propósito da nossa existência, para onde vamos?...
Várias são as explicações e tentativas de formular de forma mais fidedigna possível uma teoria que responda às diferentes crenças mas até hoje ainda não se chegou a nenhum consenso.

Outrora seriam os Xamãs das tribos, os sábios, os únicos elementos da população que teriam a função de serem os pensadores, de arranjar as explicações... Mais tarde filósofos, profetas e, hoje em dia, o conhecimento científico.

Mas, inevitavelmente, há matérias que ultrapassam a mente humana, como por exemplo os limites do universo... o universo está em expansão, dizem os cientistas, muito bem... quais são os limites do universo? Serão paredes em betão intransponíveis? Que existe do outro lado? Bem, asseguro-vos que o que existe do outro lado é "feito do mesmo material" do que existia antes do universo.... “Fica o céu”, dizem alguns. Muito bem e onde acaba o céu?
“Foi Deus (es) a origem de tudo”, dizem os crentes. Eu pergunto: e quem criou Deus? Que existia antes de Deus?

Mas consideremos então o génesis proposto pela Bíblia. Deus em 7 dias terá feito todas as coisas (aqui invoco alguém que me possa elucidar), no tempo da inquisição por que razão condenaram Copérnico por este propor a teoria Heliocêntrica? Que dizia a Bíblia quanto à estrutura do universo criada por Deus?
Adão e Eva seriam já dotados da inteligência actual? Há quanto tempo eles nasceram? Milhares, milhões de anos? Permitam-me a ousadia... A igreja não é contra o Incesto?
Foi Deus que criou todas as espécies e jamais o homem teria o poder de criar uma nova espécie... Pois bem, o Homem lembrou-se de cruzar um cavalo com uma burra, um burro com uma égua e originaram os machos/mulas... Tudo bem, dizem os crentes, mas são espécies inférteis, não se reproduzem e não podem ser considerados novas espécies! Novamente errados, dou o exemplo da espécie
Hyla versicolor uma espécie de rela (parecidas com as rãs) fértil que resulta de uma poliploidia de uma rela infértil Hyla shrysocelis.
Afinal sempre se criam espécies novas sem que Deus determine. Isto ao nível natural. Laboratorialmente falando também é possível "fabricar" plantas novas por poliploidia.

No caso humano, temos as deficiências genéticas, dando como exemplo a "famosa" trissomia 21, síndrome de Down, também outrora conhecida por mongolismo (uma vez que a população mongol apresenta semelhanças com estes indivíduos, porém entrou em desuso pois os mongóis não acharam muita piada à comparação). Como sabemos, ou ficamos agora a saber, estes indivíduos são geralmente inférteis... Estão a pensar no mesmo que eu? Poliploidia para perpectuar trissomicos? Isto numa forma muito rebuscada e pouco cientifica. A ideia é que seria possível criar novas espécies de humanos...
Estes indivíduos resultam de mutações ao nível genético (não me parece que o Adão já teria este tipo de conhecimento), mutações estas que ao longo do tempo terá originado toda esta diversidade de espécies a partir de um ancestral comum. Depois consoante as alterações dos indivíduos, os factores ambientais "seleccionariam" os que possuíssem as características que os tornassem mais aptos a sobreviverem, daí a extinção de algumas espécies (selecção natural).

Clonagem... Outro tema em que Deus não intervém, mas nem me atrevo a pronunciar sobre este tema.

Porém nem tudo o que diz a Igreja é assim tão "sem cabimento". E peguemos novamente na Bíblia. Deus criou o Mundo em 7 dias, primeiro as águas, depois os peixes, seguidos pelos animais até ao Adão. E não é que apesar de não ter sido no mesmo intervalo de tempo, é assim que a ciência prevê a ordem dos acontecimentos? A existência de um caldo primitivo onde existia matéria propícia à existência de vida, formaram-se os primeiros "peixes", que se mutaram em anfíbios que começaram a conquistar o meio terrestre... que evoluíram até ao Homem. E agora, vem novamente um crente a dizer: “O quê??? Tás a dizer que eu e um coelho viemos da mesma "coisa"?” Quase. O nosso apêndice, aparentemente sem função alguma, é uma estrutura vestigial que está em regressão de geração em geração por não ter utilidade. Já nos coelhos está bem desenvolvido com o nome de ceco que permite ao coelho digerir as fibras provenientes das verduras que ingere. Como nós não necessitamos das fibras para retirar a energia…

Ainda assim, defendo a existência de uma Igreja moderada como a actual. Os ateus defendem que basta a presença dos pais para criar o conceito de autoridade e "não faças senão levas uma sapatada", mas quando o pai/mãe não estão a ver… assim Deus que é omnipresente sempre vê a asneira e o garoto já pensa duas vezes antes de a fazer porque Deus está a ver.
Seria impensável destituir subitamente o Deus que todos acreditam pois seria a morte do equilíbrio que existe num grande número de pessoas. Acabaria o propósito de vida de muita gente, poderia dar origem a guerras, ajustes de contas, pois a entidade máxima de justiça jamais existiria, não haveria limites…

Na minha opinião Deus existe. É a “alma” de cada um de nós, o sentirmo-nos bem por termos oferecido uma refeição a um sem abrigo, a sensação boa quando temos uma boa conversa com amigos e no fim damos um sorriso, unirmo-nos numa marcha de solidariedade por uma causa…. Deus é isso. É o ser que está em toda a parte e é omnipotente, sim porque a força de vontade é capaz de tudo!

Qual o nosso propósito de vida?
Nascer, dar o máximo, e tentar que nos recordem o máximo de tempo possível por termos feito algo pelos nossos “irmãos”. Viver a nossa infância mágica, e quando tivermos os nossos filhos dar-lhes tudo para os ver felizes. No trabalho proporcionar melhores condições de vida ao próximo para que eles também tenham boas condições para desenvolver um bom trabalho pela humanidade, cada um na sua área.

Para onde vamos?
Para a memória de todos aqueles que nos amaram e de todos os que reconheceram o nosso mérito enquanto profissionais e familiares e assim atingirmos o céu… O reconhecimento do nome na lápide que nos proporcionará a vida eterna em livros, estátuas, nome de ruas…

Em jeito de conclusão, considero que ninguém possui uma verdade absoluta e ninguém é mais que outra pessoa por ter determinada orientação, o que não invalida que alguns estejam mais próximos da verdade que outros. Toda a gente pode ser feliz se seguir os seus princípios se, acima de tudo, não atingir a liberdade do próximo, tentando também que este seja feliz.


Filipe "Espinha" Oliveira

quinta-feira, dezembro 14, 2006

"Eu, Carolina"

Fiquei espantado com o preço do tão falado livro de Carolina Salgado. Ele está à venda apenas por 9.90€!!
Afinal, ao contrário do que diziam, ela até nem leva muito caro...

quarta-feira, dezembro 13, 2006

Ela, Carolina

A única coisa que merece ser dita acerca desta polémica toda é que agora a situação está um pouco diferente.
Ela agora anda na boca do mundo, dantes era ela que andava com a boca no mundo...

terça-feira, dezembro 12, 2006

Época natalícia

É natal. Altura em que se está com a família, em que as pessoas são mais simpáticas e mais bondosas, altura em que há mais paz no mundo. Será?

Se sim, porquê?
Só por motivos religiosos?
Porque a família nos incutiu esse espírito?
Será que ainda se justifica?

Será que as prendas e todo este espírito só não existe ainda por motivos comerciais?

Eu acho, realmente, que todo este "espírito natalício" só existe porque convém à sociedade em termos financeiros. Não concordam?

quarta-feira, dezembro 06, 2006

Aumento do salário mínimo

O salário mínimo, em 2007, vai aumentar para 403€. Actualmente o salário mínimo é de 385,90€ portanto, isso significa um aumento de 4,4%.
Parece que o Governo afinal sempre trabalha. Este aumento, na minha opinião, é bastante significativo. Já não se via um aumento tão grande desde... hmmm... bem, desde há muito tempo. Para servir de comparação, o último aumento foi de 3% e foi o maior aumento dos 4 anos precedentes...

Será que este aumento vai contribuir para reduzir as desigualdades sociais e para aumentar o poder de compra dos trabalhadores com salários mais baixos? Possivelmente.

Mas será que este aumento não vai contribuir para o aumento do desemprego?
Se se sobe o salário mínimo, todos os lugares que eram desempenhados por trabalhadores que recebiam um salário inferior ao novo salário ficam em risco. E, sempre que o valor da produtividade desses trabalhadores seja inferior ao novo salário mínimo, a consequência é a destruição dessa relação contratual e o aumento do desemprego.

Será que estou errado?

quarta-feira, novembro 29, 2006

Infra-estruturas

Já estive em bastantes universidades e por muito mais a que vá não descubro nenhuma que, em termos de infra-estruturas, se compare à Universidade do Minho em Braga. Certamente por ser uma universidade relativamente nova, tem condições que muito dificilmente se conseguem encontrar em mais alguma universidade pública.

Eu já lá ando a estudar há alguns anos (demais) e cada dia que passa dou ainda mais valor à qualidade dos pavilhões, das cantinas, dos bares, das salas, do pavilhão desportivo, da biblioteca, dos anfiteatros... Enfim, quase tudo.

Relativamente às salas, talvez o mais importante, têm todas ar condicionado, retroprojector e penso que actualmente também deveria ter um data show, embora não o tenha. No entanto, quando o docente o solicita está (quase) sempre disponível. Está tudo pintadinho, madeiras em tons claros, sempre com aquele aspecto de novo.
Relativamente aos anfiteatros, são bastante confortáveis, têm boas condições para apresentações, boa acústica e boa iluminação. São igualmente muito agradáveis à vista.
O pavilhão desportivo é, sem dúvida, o melhor da região. Está preparado para albergar uma grande variedade de desportos e as bancadas estão preparadas para grandes afluências.

Os estudantes de medicina, têm salas reservadas só para eles, todas equipadas com computadores topo de gama e outras tecnologias de topo. Dizem também que os laboratórios são de grande qualidade.

Enfim, em termos de infra-estruturas a Universidade do Minho é imbatível. Falta é melhoramento em outras áreas, nomeadamente ao nível dos serviços e especialmente ao nível da qualidade do ensino (embora eu tenha notado significativas melhorias desde o meu primeiro ano, nomeadamente no meu curso).

Refilanços

E não é que só hoje é que descobri que a Aninhas já tem um blog? E, diga-se, de grande qualidade. Parabéns Aninhas ;)

quarta-feira, novembro 22, 2006

Contabilidade Analítica

Ao longo do curso, houve alturas (não muitas) em que tive dois professores a dar a mesma disciplina. Algumas vezes com bons resultados, outras nem tanto. No caso da disciplina de Contabilidade Analítica, o facto de termos duas professoras, não favorece em nada a aprendizagem. Não pelo facto de serem duas e não uma, mas pelo facto de uma das professoras não ter jeito nenhum para dar aulas.
Acho que é melhor não dizer o nome dela (mas que fique registado que não é a professora Anabela), mas realmente não nasceu para dar aulas. Não tenho nada contra a pessoa (que até me parece que não é má pessoa), mas o nervosismo que aparenta, o embrulhar das palavras, raciocínios que ficam a meio e os alunos a terem que adivinhar o resto, e a sua incapacidade pura para explicar, fazem dela uma professora muito medíocre.

Mas nem tudo é mau. Sim, porque de vez em quando lá me consigo rir. Não porque ela tenha sentido de humor, mas por causa de "pérolas" ditas por ela, como por exemplo:
  • "Sem fazer contas, quanto é que dá?"
  • "Vocês não têm de perceber o que está lá... têm é de entender."
  • "No pós 25 de Abril o IVA era superior a 2 dígitos" (Portanto, superior a 2 digitos deve ser 3 digitos. Ou seja, devíamos ter uns 100% de IVA)

Enfim, há sempre o lado positivo...

domingo, novembro 19, 2006

"Percepções e Realidade"

Pedro Santana Lopes escreveu um livro, intitulado "Percepções e Realidade", que está à venda desde o dia 14 de Novembro, onde o ex-primeiro-ministro, o ex-presidente da Câmara de Lisboa, o ex-presidente da Câmara da Figueira da Foz e o ex de muitas mulheres deste país, relata os bastidores da sua nomeação, em Julho de 2004, e da queda do seu Governo, a 30 de Novembro.

No livro, Santana Lopes acusa Cavaco Silva de se ter aliado a Jorge Sampaio e a dirigentes do PSD para derrubarem o seu Governo.
Da "frente interna" fariam parte Manuela Ferreira Leite, Marques Mendes, Rui Machete, António Borges e Marcelo Rebelo de Sousa, além de Cavaco Silva, este último com o intuito de subir a Presidente da República, no que seria apoiado por Jorge Sampaio.

Será que ele pensa mesmo isto tudo ou é só uma forma de tentar "tapar" todas as borradas que fez enquanto foi primeiro-ministro? É que francamente... como é que é possível ele não ter noção da qualidade da sua governação???

quarta-feira, novembro 15, 2006

Telemóveis podem vir a ser gratuitos!!

Eric Schmidt, o presidente-executivo do Google, acredita que no futuro os telemóveis vão ser gratuitos.
Com a evolução tecnológica, os telemóveis cada vez se assemelham mais a computadores. Os consumidores chegam a passar entre dez e oito horas a falar, escrever e a aceder à Internet através do telemóvel. Por isso, torna-se um mercado atractivo para os anunciantes, que poderão vir a custear os aparelhos, com a condição de emitirem anúncios.
O Google está já a fazer experiências com o envio de anúncios em texto, vídeo e imagens de marcas a telemóveis de ecrã pequeno. No Japão esta iniciativa tem tido bastante sucesso. Muitos dos utilizadores já vêm televisão e fazem compras através dos telemóveis.


O executivo do Google (o Eric, para os amigos) disse que a empresa não pretende entregar telefones gratuitos directamente e que não tem conhecimento de que fabricantes de telefones, como Nokia e Motorola, ou operadoras como a Vodafone vão dar, para já, um passo tão radical.

Mas só para que fique como exemplo, o Google vai obter quase toda sua receita prevista para este ano da venda de anúncios de texto a internautas que usam o serviço para fazer buscas na Web. O gajo, o Eric, considera que, com o tempo, os anúncios em telemóveis vão equipar-se à receita obtida com propagandas veiculadas nos ecrãs de computadores.

Realmente eu concordo. A publicidade tem cada vez mais preponderância no mercado, seja ele qual for. E este exemplo do Google é realmente um senhor exemplo...

Se agora já toda a gente tem telemóvel, então com isto da publicidade...

domingo, novembro 12, 2006

Euromilhões

Já ouvi muita gente a dizer que se lhe saisse o euromilhões que lhe dava um ataque, ou que ficava maluca, ou então que ficava toda contente e que gastava logo tudo aqui ou ali.

A mim, não me acontecia nada disso. Se me saisse os milhões do euromilhões mantinha a minha vida normal, claro que sem grandes preocupações nos gastos, mas fazia o meu dia-a-dia comum.
Investia uma grande parte do prémio de forma a garantir o futuro das gerações seguintes da minha família e, ok, talvez comprasse um carrito melhor, construia uma casa para mim parecida com a que vivo agora, talvez com mais terreno que me permitisse construir umas actividades desportivas, umas viagens aqui ou ali (mas de carro) e pouco mais. De resto fazia a minha vida normal e não iria ter qualquer problema em ter uma conta bancária de milhões.

Ok, agora que já demonstrei que iria ter cabeça e que iria aplicar bem o dinheiro do euromilhões, na próxima sexta-feira já me podia sair o jackpot...

sexta-feira, novembro 10, 2006

Infelizmente nem toda a gente concorda...

... mas eu concordo a 100%.

"A felicidade é o subproduto do esforço de fazer o próximo feliz."
Greta Palmer

Um dia, a escritora Greta Palmer escreveu isto. Hoje, eu subscrevo-a completamente.

domingo, novembro 05, 2006

Saddam condenado à morte por enforcamento

Saddam Hussein foi hoje condenado à morte por enforcamento pelo Tribunal Especial iraquiano que julgou o ex-presidente do Iraque por crimes contra a Humanidade, pelo massacre de 148 civis na localidade xiita de Dujail, em 1982.

Acho muito bem que ele seja condenado com uma pena muito pesada, agora será que não seria mais justo se fosse condenado "apenas" a prisão perpétua? A meu ver, do ponto de vista do réu, é muito melhor a pena de morte do que a prisão perpétua. E para ele, acho que devia ser o pior...

Além disso, a pena de morte não me parece uma pena razoável, porque assim não estamos a proceder melhor que os próprios assassinos...

quinta-feira, novembro 02, 2006

Aborto: conclusão

Ao fim de 10 dias, termina assim (pelo menos para já) a discussão do referendo sobre o aborto, e do aborto em si. Aqui foram apresentados dados estatísticos mundiais e, particularmente, como é posta em prática a lei do aborto nos demais países europeus (que é, penso eu, a realidade que mais nos interessa).

Tivemos (e continuamos a ter) discussões muito interessantes, nas quais aprendi muito. Por isso, quero agradecer em especial ao Calvin, à Aninhas, à Alice e, last but not least, à Irritadinha pelo vosso contributo.

Posto isto, resta esperar que no referendo ganhe o "sim" e que Portugal siga o caminho de todos os outros países europeus desenvolvidos.

"Sim" à evolução. "Sim" ao desenvolvimento. "Sim" ao direito de opção!

Lei do Aborto em Portugal

A interrupção voluntária da gravidez é punida por lei, excepto em caso de risco de vida ou grave risco para a saúde física e psíquica da mulher, quando realizada até às 12 semanas.

Até às 16 semanas:
• Violação ou outro crime sexual.


Até às 24 semanas:
• Risco de malformação do feto.


Sem limite:
• Situação de fetos inviáveis;
• Quando constitui o único meio de remover perigo de morte ou grave e irreversível lesão para a saúde física ou psíquica da mulher.


Condições
• Consentimento dos pais, no caso de menores de 18 anos;
• Obrigatório dois pareceres médicos;
• Período de ponderação obrigatório (até 3 dias).


Lei em vigor
Lei nº 6/84, de 11 de Maio
Lei nº 90/97 de 30 de Julho

quarta-feira, novembro 01, 2006

Lei do Aborto na Europa (7)

REINO UNIDO

A interrupção voluntária da gravidez é permitida até às 24 semanas, quando a continuação da gravidez envolve um risco maior do que sua interrupção para a saúde física ou psíquica da mulher ou de qualquer criança da sua família.
Para determinar este risco são consideradas as condições do meio no qual a mulher vive no momento considerado, ou poderá viver previsivelmente.

Sem limite:
• Grave risco para a saúde ou vida da mulher;
• Risco de malformação do feto.

Condições:
• Necessário parecer de dois médicos;
• Consentimento dos pais, tutor legal ou de um assistente social, no caso da grávida ser menor de 16 anos, excluindo circunstâncias excepcionais a decisão cabe ao julgamento clínico de um médico.

Despesa:
As despesas resultantes do processo da interrupção voluntária da gravidez, são totalmente suportadas pelo serviço nacional de saúde quando efectuadas nas instituições públicas autorizadas.

Lei em vigor
Lei do Aborto de 17 de Outubro de 1967, alterada pela Human Fertilisation and Embriologu Act de 1990
NOTA: Esta lei não se aplica à Irlanda do Norte, onde a legislação só permite que a interrupção voluntária da gravidez nos casos de risco de vida da mulher.


SUÉCIA

A interrupção voluntária da gravidez é permitida até às 18 semanas, por solicitação da mulher.

Até às 22 semanas:
• Por motivos de força maior (exemplo: inviabilidade do feto).

Condições:
• Autorização do Conselho Nacional de Saúdel nos pedidos de interrupção no segundo trimestre de gravidez;
• A interrupção voluntária da gravidez só poder ser efectuada em hospitais públicos e por um médico qualificado.

Despesas:
As despesas resultantes do processo da interrupção voluntária da gravidez são suportadas parcialmente pelo serviço nacional de saúde.

Lei em vigor
Lei do Aborto %95, 14 de Junho de 1974, alterada em Maio de 1995


RÚSSIA

Permitida por solicitação da mulher.


SÉRVIA e MONTENEGRO

Permitida por solicitação da mulher.


SUÍÇA

A interrupção voluntária da gravidez é punida por lei, excepto nos casos de grave risco para a saúde física e psíquica da mulher, até às 12 semanas.


TURQUIA

Permitida por solicitação da mulher até às 10 semanas. Obrigatório o consentimento do parceiro da mulher.


UCRÂNIA

Permitida por solicitação da mulher.

terça-feira, outubro 31, 2006

Lei do Aborto na Europa (6)

ITÁLIA

A interrupção voluntária da gravidez é permitida até aos 90 dias, quando a continuação da gravidez, nascimento e maternidade constituam um grave perigo para a saúde física e psíquica da mulher. São também consideradas válidas as suas condições económicas, sociais e familiares e/ou as circunstâncias em que se realizou a concepção.

Após os 90 dias:
• Risco de vida da mulher;
• Risco da saúde física da mulher;
• Risco da saúde psíquica da mulher;
• Risco de malformação do feto;
• Violação ou outro crime sexual.

Condições:
• Necessário um parecer médico;
• Período de ponderação obrigatório (mínimo 1 semana);
• Consentimento dos pais ou de um juiz, no caso da grávida ser menor de 18 anos;
• Aconselhamento (facultativo).

Despesas:
As despesas resultantes do processo da interrupção voluntária da gravidez, são totalmente suportadas pelo serviço nacional de saúde para todas as mulheres, quando efectuadas nas instituições autorizadas.

Lei em vigor
Lei 194, 22 de Maio de 1978


LUXEMBURGO

A interrupção voluntária da gravidez é permitida até às 12 semanas por razões sociais e sócio-clínicas.

Até ao segundo trimestre:
• Risco de vida da mulher;
• Risco para a saúde física da mulher;
• Risco para a saúde psíquica da mulher;
• Risco de malformação do feto;
• Violação ou outro crime sexual.


Condições:
• É necessário um parecer de um segundo médico;
• Período de ponderação obrigatório (pelo menos 1 semana);
• Consentimento dos pais ou de tutor legal nos casos de interrupção por motivos de saúde, quando a mulher é menor ou incapaz de manifestar a sua vontade;
• Nas interrupções efectuadas no segundo trimestre, é necessário o parecer de dois médicos que atestem o grave risco de saúde para a mulher ou do feto;
• A interrupção voluntária da gravidez só pode ser efectuada em hospitais ou outras instituições autorizadas.


Despesas:
As despesas resultantes do processo da interrupção voluntária da gravidez são suportadas pelo Estado.


Lei em vigor
Emenda ao Código Penal, Act. 353,
15 de Novembro de 1978



NORUEGA

Permitida por solicitação da mulher.


POLÓNIA

Permitida nos casos em que haja risco de vida da mulher, risco para saúde física e/ou psíquica da mulher, ou nos casos de crimes sexuais ou malformação do feto.


REPÚBLICA CHECA

Permitida por solicitação da mulher.


ROMÉNIA

Permitida por solicitação da mulher.

segunda-feira, outubro 30, 2006

Lei do Aborto na Europa (5)

HOLANDA

A interrupção voluntária da gravidez é permitida até às 13 semanas por solicitação da mulher.

Até às 24 semanas:
• Quando comprovada a situação de dificuldade e falta de alternativa da mulher e de ter manifestado e mantido o seu pedido de interromper voluntariamente a gravidez.


Condições:
• Consentimento dos pais, no caso de menores de 18 anos;
• Período de ponderação obrigatório (5 dias);
• O médico é obrigado a determinar se a mulher tomou a decisão de livre vontade;
• A interrupção voluntária da gravidez tem de ser realizada por um médico num hospital ou clínica acreditados.


Despesas:
As despesas resultantes do processo da interrupção voluntária da gravidez, quando praticadas em clínicas autorizadas, são suportadas por receitas específicas para esse fim. As despesas da interrupção voluntária da gravidez efectuada em hospitais acreditados são cobertas pelo fundo de seguro de saúde ou por uma seguradora privada.


Lei em vigor
Lei sobre a interrupção voluntária
da gravidez de 1 de Maio de 1981.
Regulações administrativas de 1984



IRLANDA

A interrupção voluntária da gravidez é punida por lei, excepto se ficar comprovada existência de um real e substancial risco de vida da mulher, incluindo o risco de suicídio.

Lei em vigor
25ª Emenda à Constituição
(Protecção da Vida Humana na Gravidez) 2002



LITUÂNIA

Permitida por solicitação da mulher.


MACEDÓNIA

Permitida por solicitação da mulher.


MALTA

Punida por lei.


MOLDÁVIA

Permitida por solicitação da mulher.

domingo, outubro 29, 2006

Lei do Aborto na Europa (4)

FRANÇA

A interrupção voluntária da gravidez é permitida até às 12 semanas, por solicitação da mulher.

Segundo trimestre:
• Por razões médicas: risco de vida da mulher, risco para a saúde física da mulher, risco de malformação do feto.

Condições:
• Período de ponderação obrigatório (mínimo 8 dias);
• No segundo trimestre, é necessário um parecer de dois médicos e um psicólogo ou assistente social;
• Consentimento de um dos pais ou de um representante legal, no caso da grávida ser menor de 18 anos.

Despesas:
As despesas resultantes do processo da interrupção voluntária da gravidez são cobertas, percentualmente, pela segurança social. As seguradoras cobrem a diferença.
Nos casos de mulheres com menos de 18 anos ou mulheres que vivem em condições de pobreza, a segurança social cobre na totalidade o custo do processo.

Lei em vigor
Lei 2001-588, 2001


GRÉCIA

A interrupção voluntária da gravidez é permitida até às 12 semanas, por solicitação da mulher.

Até às 22 semanas:
• Por razões médicas: risco de vida da mulher, risco para a saúde física e/ou psíquica da mulher.
• Violação ou outro crime sexual.

Até às 24 semanas:
• Risco de malformação do feto.

Condições:
• Consentimento dos pais, no caso de menores de 18 anos.

Despesas:
As despesas resultantes do processo da interrupção voluntária da gravidez são totalmente suportadas pelo Estado, quando praticada em hospitais públicos.

Lei em vigor
Lei 1609, 28 de Junho de 1986


HUNGRIA

Permitida por solicitação da mulher até às 12 semanas, depois de aconselhamento.


ISLÂNDIA
Permitida nos casos de risco de vida da mulher, risco para saúde física e/ou psíquica da mulher, ou nos casos de crimes sexuais ou malformação do feto. É também permitida por razões sociais ou económicas.
Aconselhamento obrigatório antes e depois da intervenção.


LETÓNIA

Permitida por solicitação da mulher, desde que seja aprovada por um comité.


LIECHTENSTEIN
Permitida nos casos de risco de vida da mulher, risco para saúde física e/ou psíquica da mulher.

sábado, outubro 28, 2006

Lei do Aborto na Europa (3)

ESPANHA

Não existe punição para a mulher que pratique a interrupção voluntária da gravidez fora de um centro ou de estabelecimento público ou privado acreditado, ou em que não se tenham cumprido todos os requisitos médicos exigidos.
A aplicação da lei consente a realização da interrupção voluntária da gravidez, apesar de o texto legal consagrar apenas os seguintes casos:
• Até às 12 semanas, no caso de violação.
• Acima das 22 semanas, no caso de malformação do feto.
• Sem limites, no caso de risco de vida da mulher.


Condições:
• Em caso de violação, é necessária denúncia prévia;
• Em caso de malformação fetal, é necessário o parecer de dois médicos, que não estejam envolvidos no caso;
• Se houver risco de vida da mulher, é necessário um parecer de um médico especialista, que não esteja envolvido no caso.


Despesas:
As despesas resultantes do processo da interrupção voluntária da gravidez são suportadas pelo sistema nacional de saúde, quando efectuada em hospitais públicos.


Lei em vigor
Lei Orgânica 9/1985, 5 de Junho



FINLÂNDIA

A interrupção voluntária da gravidez é permitida até às 24 semanas, quando a continuação da gravidez envolve um risco maior do que a sua interrupção para a saúde psíquica da mulher; nos casos de crime sexual e quando se justifica por razões sócio-económicas ou sócio-clínicas.

Até às 20 semanas:
• Risco para a saúde física da mulher


Até às 24 semanas:
• Risco de vida da mulher;
• Risco de malformação do feto.


Condições:
• Recomendações de dois médicos;
• Autorização do Conselho Médico Nacional nos pedidos de interrupção no segundo trimestre de gravidez (até às 20 semanas);
• A interrupção voluntária da gravidez só pode ser efectuada em hospitais;
• Aconselhamento contraceptivo obrigatório.


Despesas:
As despesas resultantes do processo da interrupção voluntária da gravidez são suportadas pelo serviço nacional de saúde, no entanto as mulheres têm de pagar a taxa do hospital.


Lei em vigor
Lei 239, 1970; Lei 564, 1978; Lei 52, 1985



CROÁCIA
Permitida por solicitação da mulher até às 10 semanas.


ESLOVÁQUIA
Permitida por solicitação da mulher.


ESLÓVENIA
Permitida por solicitação da mulher.


ESTÓNIA
Permitida por solicitação da mulher até às 12 semanas e até às 20 semanas por razões de saúde.

sexta-feira, outubro 27, 2006

Lei do Aborto na Europa (2)

BÉLGICA

A interrupção voluntária da gravidez é permitida até às 12 semanas, nos casos em que a gravidez provoca na mulher um "estado de angústia".

Sem limite:
• Grave risco para a saúde da mulher;
• Risco de doença grave e incurável do feto.

Condições:
• Consulta com um médico;
• Período de ponderação obrigatório (6 dias);
• Aconselhamento obrigatório sobre alternativas à interrupção voluntária da gravidez, como a adopção;
• Consentimento dos pais no caso de menores;
• O parecer de segundo médico, nos casos de grave risco para a saúde da mulher ou se for considerado que o feto poderá sofrer uma doença grave e incurável.

Despesas:
As despesas resultantes do processo da interrupção voluntária da gravidez são suportadas pelo Estado.

Lei em vigor
Lei de 3 de Abril de 1990 relativa à interrupção voluntária da gravidez


DINAMARCA

A interrupção voluntária da gravidez é permitida até às 12 semanas, por solicitação da mulher.
Segundo trimestre
• Por razões médicas: risco de vida ou de severa deterioração da saúde física da mulher, malformação do feto, riscos de saúde causados por situações sócio-económicas adversas, perigo de transmissão de doença genética ou de doença embrionária ou fetal;
• Incapacidade física ou psíquica (incluindo juventude) da mulher se responsabilizar pela criança; • A gravidez, o parto ou os cuidados a prestar à criança implicam riscos para a mulher, para a sua vida familiar ou para outras crianças.


Condições:
• Consentimento dos pais, no caso de menores de 18 anos;
• Possibilidade de dispensa do consentimento dos pais, por exemplo nos casos de minorias religiosas;
• No segundo trimestre da gravidez, é necessária a aprovação de um comité constituído por quatro pessoas;
• Na tomada de decisão é tida em conta a idade da mulher, as consequências para a sua vida profissional, outras condições pessoais assim como aspectos familiares relativos à habitação, rendimentos à habitação, rendimentos e saúde.


Despesas:
As despesas resultantes do processo da interrupção voluntária da gravidez são suportados pelo sistema nacional de saúde.


Lei em vigor
Acto legislativo nº 541, de 16/06/2004



BÓSNIA-HERZEGOVINA
Permitida por solicitação da mulher até às 10 semanas.


BULGÁRIA
Permitida por solicitação da mulher até às 12 semanas. Após este período, a interrupção voluntária da gravidez apenas é permitida se houver risco de vida da mulher ou malformação do feto.


CAZAQUISTÃO
Permitida por solicitação da mulher.


CHIPRE
Permitida nos casos de risco de vida da mulher, risco para saúde física e/ou psíquica da mulher, ou nos casos de violação ou malformação do feto. São também tidos em conta os factores sociais e económicos.

quinta-feira, outubro 26, 2006

Lei do Aborto na Europa (1)

ALEMANHA

A interrupção voluntária da gravidez é permitida até às 12 semanas a partir da concepção, por solicitação da mulher.

Acima das 12 semanas:
• Violação ou outro crime sexual.


Sem limite:
• Por razões médicas: ameaça da vida ou da saúde física ou psíquica da mulher; malformação do feto, e riscos de saúde causados por situações sócio-económicas adversas.


Condições:
• Aconselhamento obrigatório, no caso de solicitação;
• Período de ponderação obrigatório (3 dias no caso de solicitação);
• Confirmação de um segundo médico de que estão reunidas as condições exigidas;
• Aconselhamento não obrigatório, nas situações de interrupção voluntária da gravidez por motivos de saúde e crimes sexuais.


Despesas:
As despesas são totalmente suportadas pelo seguro de saúde instituído ou pela assistência de saúde dos funcionários públicos nos casos de interrupção por razões médicas ou nos casos de crimes sexuais.
As despesas são parcialmente suportadas nos casos de solicitação.
O Estado cobre as despesas nos casos em que o rendimento é inferior a determinado montante.


Lei em vigor
Lei 27, 1992. Modificada pela Lei 24, 1995



ÁUSTRIA

A interrupção voluntária da gravidez é permitida até aos 3 meses desde a implantação (a implantação tem lugar, normalmente, uma semana depois da ovulação ou três semanas depois do último ciclo menstrual), por solicitação da mulher.

Segundo trimestre:
• Risco de vida da mulher;
• Risco para a saúde física da mulher;
• Quando a mulher é menor (menos de 14 anos).


Condições:
• Consulta com um médico;
• A interrupção voluntária da gravidez tem de ser realizada por um médico.


Despesas:
O Estado não suporta as despesas resultantes do processo da interrupção voluntária da gravidez induzida.


Lei em vigor
Lei Federal de 23 de Janeiro de 1974




ALBÂNIA
Permitida por solicitação da mulher, com aconselhamento obrigatório uma semana antes.


ARMÉNIA
Permitida por solicitação da mulher.


AZERBAIJÃO
Permitida por solicitação da mulher.


BIELORRÚSSIA
Permitida por solicitação da mulher até às 12 semanas e por razões médicas até às 28 semanas.

quarta-feira, outubro 25, 2006

Aborto: alguns dados

Todos os anos são interrompidas, em todo o mundo, 45 milhões de gravidezes não desejadas, das quais cerca de 19 milhões são realizadas em condições não seguras. Aproximadamente 40% das interrupções voluntárias de gravidez não seguras afecta jovens mulheres, com idades entre os 15 e os 24 anos. Estima-se que 68 mil mulheres morram todos os anos devido a este tipo de intervenção em situações precárias. Este número representa 13% da mortalidade relacionada com a gravidez.
Senhores e senhoras que defendem o "não" no referendo: afinal devia existir ou não o "direito à vida"? Porque segundo estes números, na actualidade, não me parece que haja assim tanto direito à vida como isso...

A interrupção voluntária da gravidez é praticamente legal em todo o mundo. Porém, as leis nacionais sobre a interrupção voluntária da gravidez são significativamente mais restritivas nos países em desenvolvimento do que nos países desenvolvidos.
Nestes últimos, a interrupção voluntária da gravidez é permitida por solicitação da mulher em cerca de dois terços de todos os países considerados desenvolvidos. Pelo contrário, apenas 1 em cada 7 países em desenvolvimento permitem a interrupção voluntária da gravidez por solicitação.

Na Europa, assiste-se a uma situação idêntica no que diz respeito ao quadro legal da interrupção voluntária da gravidez.
Em 44 países, apenas dois - Malta e Irlanda - não permitem a interrupção de uma gravidez não desejada. Na Polónia, Suíça, Chipre e Liechtenstein esta só é possível por razões de saúde.

Ao longo dos próximos dias vou aqui apresentar como funciona, ou não funciona, a actual lei nos diferentes países da Europa.

segunda-feira, outubro 23, 2006

"Direito à vida"??

Com o referendo sobre o aborto para breve (espero), surgem blogs com o único propósito de defender o "sim" ou o "não".

Este é um blogue do não, que acho que vale a pena visitar e, especialmente, comentar porque realmente tenho dificuldade em argumentar com pessoas que só conseguem usar um único argumento (ainda por cima, para mim, sem aplicação ao caso) para defender a sua ideia.

quinta-feira, outubro 19, 2006

Bush legaliza tortura já existente

O presidente dos EUA George W. Bush, promulgou uma lei que aprova a tortura nos interrogatórios de suspeitos de terrorismo e permite ao governo dos Estados iniciar imediatamente processos judiciais em comissões militares.

Esta lei, a Lei de Comissões Militares de 2006, na realidade, não muda nada. Apenas legitima práticas adoptadas pelos EUA há diversas décadas. Permite o uso de métodos rígidos em interrogatórios de acusados de terrorismo e dá às cortes militares a responsabilidade de julgar os suspeitos.

Mais uma prova de como os Estados Unidos é um país democrático, como o seu brilhante presidente afirma constantemente.

quarta-feira, outubro 18, 2006

O final de 3 Scuts

O Governo vai introduzir portagens em três Scuts já em 2007, anunciou esta manhã o Ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações Mário Lino, explicando que em questão estão as auto-estradas em regime de portagem virtual do Norte Litoral (até Viana do Castelo), da Costa da Prata e do Grande Porto.

Por um lado, quando estou em viagem, gosto de ir pelas melhores estradas, da forma mais rápida e, de preferência, sem pagar.
Por outro lado, esta medida por parte do Governo parece-me acertada, uma vez que é como se fosse um tipo de imposto. Só que, ao contrários dos impostos, este só abrange quem realmente tirar partido das vias em causa, o que me parece justo.

Parece que a próxima vai ser a Scut do Algarve, mais conhecida como Via do Infante.

segunda-feira, outubro 16, 2006

Azar

Para acabar o curso, este semestre, falta-me uma disciplina curricular e uma extra-curricular (que estou a fazer para manter em aberto a possibilidade de poder ser técnico oficial de contas).

Por coincidência, tenho as duas disciplinas à segunda-feira. E essas duas disciplinas calharam uma a seguir à outra. Não poderia estar mais contente, certo? Sem furo, seguidas, está óptimo.
Estaria óptimo se por azar a primeira disciplina não fosse das 11h às 13h e a segunda das 13h às 15h, o que de facto acontece.

É que se ainda tivesse um intervalo entre as duas... Mas não. Na primeira saio já depois da hora e a segunda começa, senão à hora, é quase à hora. Por isso não tenho mesmo tempo para comer. É sair de uma sala e ir a correr para a outra.

O que fiz hoje: tomei o pequeno-almoço às 11h45 e depois almocei às 15h15.
Acho que a partir de agora vai ter que ser sempre assim. Não vejo outra solução.

Bem, mas podia ter sido pior. Se as duas coincidissem... aí sim era o cúmulo do azar...

quinta-feira, outubro 12, 2006

Ao que isto chegou

Portugal perdeu pela primeira vez nos últimos 8 anos numa fase de qualificação.
Algo vai mal na selecção, desde já os jogadores que têm sido convocados e, pior, os jogadores que têm jogado a titular.
Como é que é possível que o Scolari não veja que o Costinha já não joga, que o Nuno Valente já não corre e que o Ricardo Rocha ou Ricardo Costa não são jogadores para uma selecção portuguesa?

Acho que está na altura de começar a encontrar alternativas para estes jogadores ou então corremos o risco de no fim voltarmos ao antigamente e termos que fazer muitas contas para nos apurarmos para o Europeu.

quarta-feira, outubro 11, 2006

A nova geração

Sempre gostei de escrever minimamente bem, apesar de achar que nunca tive jeito. Apesar disso, a minha formação de frases, a pontuação, a ortografia, sempre foram coisas elogiadas pelos meus professores.

Tenho 25 anos. Não me considero nenhum velhote, apesar de saber que não caminho para novo. No entanto, sou de uma geração que se lembra como era o mundo ainda sem computadores.
Comecei a usar computadores talvez a partir dos 12, 13 anos. Rapidamente me adaptei ao novo brinquedo e sempre que era necessário para trabalhos da escola oferecia-me sempre para os passar a computador.
Escrevi sempre bastante rápido e, modéstia à parte, ainda não encontrei ninguém que escrevesse tão rápido como eu. Quando digo escrever, é mesmo escrever. Tal e qual como vêem estas palavras que estão a ler neste momento. Mesmo com o aparecimento do messenger e as salas de chat, continuei a escrever normalmente. Não havia razão para mudar.

Hoje em dia, a nova geração apresenta-se com uma nova "escrita". Abreviar e abreviar é o lema. Para quê, pergunto eu? Para ser mais rápido? Será que se se habituarem a escrever direito, ao fim de algum tempo, não escreverão mais rápido também? Porque ao fim ao cabo, para escrever por abreviaturas é também necessário "treino". Não se consegue escrever rápido por abreviaturas do dia para a noite.
No entanto, nem sempre só de abreviar se trata. Frequentemente vê-se trocas do "e" pelo "i" ou "o" pelo "u". Qual é o objectivo? Inventar uma nova língua? Ridículo.

É que depois levantam-se outras questões. Será que os jovens, ao utilizarem tal escrita, não vão desaprender a escrever português?

Desculpem...

Desculpem pela escassez de "posts" e pela qualidade dos últimos, mas é que tive em época de exames. Agora terminados, este blog vai continuar a sua anterior periodicidade de publicações e, espero, com a mesma ou melhor qualidade que anteriormente.

Está prometido um post para hoje, ou na pior das hipóteses, para amanhã.

sábado, outubro 07, 2006

Dá que pensar...

"Os paraísos perdidos estão somente em nós mesmos." Marcel Proust

terça-feira, outubro 03, 2006

"Estado Corporativo"

É o titulo do "post" de hoje do Luís Aguiar no seu "A destreza das dúvidas", que fala entre outras coisas sobre o papel das Ordens, hoje em dia, o qual eu subscrevo a 100%. Dêem uma espreitadela.

Muitas vezes é bem verdade...

"Se A é o sucesso, então é igual a X mais Y mais Z. O trabalho é X; Y é o lazer; e Z é manter a boca fechada. " Albert Einstein

Por isso é que eu prevejo um futuro complicado para mim, no que respeita ao "Z"...



P.S. "Post" dedicado a um amigo meu.

sexta-feira, setembro 29, 2006

Praxe Académica

Lá estamos nós novamente em Setembro, com o início do ano lectivo nas universidades, é tempo de tradição - as praxes académicas.
Toda a gente, novos e menos novos, já ouviu falar sobre a praxe académica e todos temos uma ideia mais que não seja preconcebida sobre o que são as praxes, para uns a praxe é uma coisa negativa para outros uma coisa bastante positiva.


Para alguns, a praxe é a única forma de ajudar o caloiro ou recém-chegado à universidade a integrar-se no ambiente universitário, a criar amizades e a desenvolver laços de sólida camaradagem.
Para outros, é um ritual de integração forçada humilhante, retrógrado e difusor dos valores mais reaccionários da sociedade, como sejam o sexismo, a homofobia ou a submissão.

Eu posso dizer que concordo mais com "os outros".
Acho a praxe completamente ridícula. Para mim, praxe é, acima de tudo, significado de submissão. Dizem-me que é óptima para ajudar na integração à universidade, fazer amigos, etc. Tudo bem. Conhecem alguma actividade organizada que, durante 2 semanas, não seja capaz disso?

As pessoas acabam por gostar da praxe porque realmente não conhecem outra realidade. Não sabem como poderia ser a integração se em vez da praxe houvesse outro tipo de actividade. Será que não se podia organizar uma recepção não hierárquica de 2 semanas baseada em relações de camaradagem de igual para igual e que encoraje a criatividade e o espírito crítico? Sem submissão, sem insultos, sem humilhações?

Em pleno século XXI, num país que se diz e é europeu, não parece muito correcto que as pessoas sejam alvo das mais absurdas práticas, como ficarem de quatro como se de animais ovinos e bovinos se tratassem, ladrarem como os cãezinhos lá de casa, ou zurrarem como os burros que aliás são espécie em extinção. Não é muito dignificante para aqueles que serão os doutores e engenheiros e quiçá governantes deste país... Convenhamos... Andam lá agora os pais para isto? Os seus filhos que estudam para doutores advogados a zurrarem pelas ruas?? Isto para não falar de coisas bem mais obscenas a que se assistem em tempo de festas e cortejos...

Os hábitos da praxe que hoje são um anacronismo insensato remetem para um mundo corporativo medieval, para uma época em que as universidades tinham regimento e polícia e em que os estudantes se defendiam da autoridade dos "lentes", construindo um mundo de regras autónomas que reproduziam, aliás, o ambiente igualmente claustrofóbico da universidade "séria".

É, acho eu, tempo de mudar mentalidades. A praxe hoje atira-nos mesmo para uma medievalidade que não queremos.

Está na altura de aparecer gente nova com inteligência, com coragem, que traga novas ideias que possam ser alternativas à praxe.

Passemos todos de vez para o século XXI.

segunda-feira, setembro 25, 2006

Referendo ao Aborto na Assembleia da República

Dia 19 de Outubro vai ser discutida (e aprovada) uma proposta sobre o referendo ao aborto apresentada pelo Governo no parlamento.

Acho que a lei da despenalização do aborto há já muito tempo que devia estar implementada. Mas este é apenas mais um dos muitos temas que fazem com que o nosso país continue a ser um dos mais retrógrados comparativamente aos restantes países da UE.

Agora, a questão que eu ponho é a seguinte: para quê o referendo?
O governo foi eleito e conseguiu maioria absoluta no parlamento, portanto, porque é que eles não apresentam uma proposta de lei e a implementam?
Ninguém veio fazer referendos quando se decidiu aumentar os impostos; ninguém veio fazer referendos quando o Presidente da República decidiu dissolver o governo de Santana Lopes; mais recentemente, ninguém veio fazer referendos quando se decidiu estabelecer um número mínimo de deputadas (mulheres) no parlamento.
Eu pergunto, porquê então agora? Já o fizeram anteriormente e vão voltar a fazer. Porquê? O governo não tem legitimidade para fazer leis? Então porque é que não as faz?

Já agora deixo-vos aqui a pergunta com que, certamente no principio do próximo ano, vamos ser confrontados: "Concorda com a despenalização da interrupção voluntária da gravidez, se realizada, por opção da mulher, nas primeiras 10 semanas, em estabelecimento de saúde legalmente autorizado?"

quinta-feira, setembro 21, 2006

Ainda não é desta

Pois é meus amigos. Parece que Portugal não vai seguir os restantes países europeus no que respeita à lei anti-tabaco.
Segundo o ministro da saúde, a nova legislação sobre o consumo de tabaco vai permitir que, durante "algum tempo" (leia-se 3 ou 4 anos), os restaurantes possam decidir se os clientes podem fumar nas suas instalações. Ou seja, vai continuar tudo exactamente como está.

O engraçado é o tempo que, segundo o Governo, os estabelecimentos necessitam para decidir. 4 anos!! Porque não 40? É ridiculo. Uma lei que já devia ter sido feita (como por exemplo em Espanha), ficamos agora a saber que nem daqui a 4 anos vamos poder escolher entre estabelecimentos para fumadores ou não fumadores.

Será que não há ninguém de coragem dentro do Governo que possa pôr esta lei a andar para a frente, mas... a sério?!?

segunda-feira, setembro 18, 2006

A diminuição do casamento e o aumento do divórcio

Hoje em dia, os portugueses casam cada vez menos e cada vez mais tarde. Preferem viver juntos. Em contrapartida, o número de divórcios é que não pára de aumentar.
Por exemplo, de 2003 para 2004, o número de casamentos diminuiu em cerca de 8,5%. O número de divórcios aumentou em 2,3%.

A significativa diminuição do número de casamentos faz que pensar. Porque será que os portugueses casam cada vez menos?
Eu, realmente, não entendo a importância do casamento, para além de certos benefícios fiscais. Para mim o casamento é apenas um contrato. Se eu me juntar com uma pessoa não me vou sentir mais ou menos seguro, ou mais ou menos feliz por ter casado. Se calhar, a maioria das pessoas que casam, fazem-no apenas por tradição, por "ser assim que se deve fazer". Eu não concordo com isso, e como eu, já deve haver várias pessoas a pensar o mesmo, e daí talvez uma das justificações para haver cada vez menos casamentos.

Por outro lado, o número de divórcios tem vindo a aumentar.
Na minha opinião, os casamentos desfazem-se porque as pessoas desistem com muita facilidade. Antigamente, o divórcio não era sequer visto como uma opção. Hoje em dia, é uma solução fácil para os casais que desistem de tentar solucionar os seus problemas. Será que as pessoas estão a ficar cada vez mais fracas e fogem dos problemas em vez de os enfrentarem?

quinta-feira, setembro 14, 2006

O Luís sabe o que diz

Os comentadores de futebol em Portugal pouco falam no futebol propriamente dito. Entram nas mais variadas polémicas, falam imenso de arbitragens, insultam este e aquele, dão opiniões sobre coisas relacionadas com o futebol mas que não são "o futebol", e ainda por cima quase nenhum faz a menor ideia do que está a falar.

Não é o caso de Luís Freitas Lobo, comentador RTP de excelência. Esse sim fala de futebol. Percebe o jogo como ninguém, sabe falar, explica com clareza as suas ideias e vê-se que adora o que faz. Apesar de ser formado em direito, dedica-se ao futebol de corpo e alma. Conhece o futebol como poucos e ensina o que ele é a muitos.
Para quem gosta mesmo de futebol aconselho vivamente a visitarem o site dele.

Luís Freitas Lobo é único no mundo dos comentadores desportivos. Precisamos de mais como ele.
Será que não há mais "Luíses" por aí escondidos? Espero que sim.

domingo, setembro 10, 2006

As novas sete maravilhas do mundo

Lisboa será em Julho do próximo ano palco de mais um evento internacional, a Declaração Universal das Novas Sete Maravilhas do Mundo, uma eleição feita por iniciativa da New7Wonders Foundation, e realizada através de votação por telefone e internet, a partir de todo o mundo. A data para o “mega evento que contará com a presença de altas personalidades mundiais”, segundo comunicado, já está marcada: sete de Julho do próximo ano (07/07/07).

São 21 monumentos finalistas em que as pessoas podem votar, e as mais votadas serão as Novas 7 Maravilhas do Mundo.

Curiosamente, a única maravilha das sete originais que ainda permanece são as pirâmides de Gizé, no Egipto.

As restantes candidatas a maravilhas são: Acrópole de Atenas (Grécia), Alhambra (Granada - Espanha), Angkor (Camboja), Pirâmide em Chichén Itzá (México), Cristo Redentor (Rio de Janeiro - Brasil), Coliseu de Roma (Itália), Estátuas da Ilha de Páscoa (Chile), Torre Eiffel (Paris - França), A Grande Muralha da China, Basílica de Santa Sofia (Turquia), Templo de Kiyomizu (Japão), Kremlin e Praça Vermelha (Rússia), Machu Picchu (Perú), Castelo de Neuschwanstein (Alemanha), Petra (Jordânia), Estátua da Liberdade (EUA), Stonehenge (Amesbury - Reino Unido), Ópera de Sidney (Austrália), Taj Mahal (Índia) e Tombouctou (Mali).

O meu voto vai para as Pirâmide de Gizé, Angkor, Torre Eiffel, A Grande Muralha da China, Machu Picchu, Stonehenge e Ópera de Sidney.

E o vosso?

quarta-feira, setembro 06, 2006

Os "doutores"

Felizmente, no nosso país, o número de licenciados tem vindo a aumentar significativamente. Consequentemente, Portugal tem agora um grande número de "doutores".

Por cá, qualquer pessoa que tenha uma licenciatura, ganha o direito de ser chamado de doutor. Mas porquê?
Para mim, os únicos doutores são os médicos e as pessoas que tiram doutoramento.

Com a licenciatura de economia (que espero terminar brevemente) também vou ter direito a ser doutor. Mas, sinceramente, é um "privilégio" que eu dispenso completamente. Não quero, portanto, de forma alguma, ser chamado de doutor (fica já o aviso eheheh).

Não será já altura de rever o significado de "doutor" e passar a usá-lo correctamente?

segunda-feira, setembro 04, 2006

A condução em Portugal

No outro dia fiz referência ao facto de alguns dos condutores portugueses conduzirem à inglesa.
É verdade. Muitas vezes, quando vou em vias-rápidas ou auto-estradas aparece-me um pela frente a ultrapassar outro carro, muito devagarinho... Lá fico montes de tempo à espera que ele ultrapasse o dito carro... Ao fim de 1 minuto lá conseguiu ultrapassar o carro... Mas em vez de passar logo para o lado direito não. Era bom. Mais uns 10 segundos... até que dá o pisca para a direita... mais 5 segundos... e lá vai ele para a via do lado direito. O engraçado é o pisca. Já não basta meterem-se à minha frente para ultrapassar, depois de ultrapassarem, em vez de se desviarem logo para a direita mal possam não, dão primeiro o pisca e só passado uns 5 segundos é que lá vão para a direita. O que é que me interessa a mim o pisca para a direita???

Mas isto é só para dar cabo da paciência a um gajo. Pior é quando se vai na auto-estrada a ultrapassar, quando de repente, sem mais nem menos, o carro que estamos a ultrapassar vem para cima de nós. Isso é que causa acidentes. Felizmente isto já não se vê tanto como dantes.

Depois há aquelas ultrapassagens malucas que se vê em estradas nacionais. Para já, ainda só vi sortudos. Não vi acidentes por esta causa. Mas que os há, há.

Dizem que a causa da maior parte dos acidentes é o excesso de velocidade. Mas isso não é verdade. Normalmente os acidentes são causados pelos condutores mais lentos, porque normalmente esses são os que têm maior dificuldade em conduzir. Ultrapassar em auto-estrada sem olhar para o retrovisor, não respeitar prioridades, não conduzir pela direita, manobras perigosas... Tudo isto é mais comum em condutores "mais lentos". E estas sim, são as verdadeiras causas dos acidentes.

sexta-feira, setembro 01, 2006

Lei anti-tabaco

Hoje entrou em vigor, em Espanha, a nova lei anti-tabaco.
As novas regras obrigam a separar fisicamente os fumadores dos não fumadores em estabelecimentos com mais de 100 metros quadrados.
Esta lei foi aprovada há oito meses, mas só agora entrou em vigor definitivamente porque o Governo deu um prazo de 8 meses para que os espaços se adaptassem às novas regras.

Esta nova lei espanhola, para mim, é capaz de ter sido das mais importantes que devem ter feito nos últimos tempos. Realmente não tem cabimento os não fumadores apanharem com o fumo dos que querem "morrer lentamente".
A mim, especialmente, o fumo incomoda-me bastante. Eu até nem vou a certos cafés porque alguns são mesmo irrespiráveis.

Penso que é uma lei que beneficia todos uma vez que os fumadores podem continuar a fumar nos sítios apropriados para além de não terem a preocupação de estar a incomodar terceiros. Os não fumadores não apanham com o fumo dos outros. Os donos dos espaços públicos talvez perderão alguns clientes fumadores, mas penso que ganharão mais clientes não fumadores do que perderão fumadores.

Portanto eu pergunto: para quando esta lei em Portugal?

quarta-feira, agosto 30, 2006

Na estrada...

Porquê que muitos dos condutores portugueses conduzem, teimosamente, à inglesa?

segunda-feira, agosto 28, 2006

Quem tem razão?

A liga portuguesa de futebol começou mal. Um clube está a tentar a todo o custo manter-se na primeira divisão e outros dois a tentar a todo o custo subir de divisão, o que para já resultou no adiamento dos jogos em que participavam estas três equipas (Gil Vicente, Belenenses e Leixões).

Dentro de campo, o Gil Vicente fez por merecer a permanência na primeira divisão, assim como o Belenenses mereceu descer e o Leixões não subir.
Agora, parece que o Gil Vicente foi contra uma regra da Liga, que era a de não recorrer a nenhum tribunal civil. O problema é que o fez, e segundo as leis da liga, um clube que recorra ao tribunal civil tem como pena descer de divisão. Portanto, segundo este ponto de vista, o Gil Vicente devia descer e Belenenses ou Leixões subir.
Qual dos dois deveria subir? Não faço ideia.

O que eu não concordo é com esta lei. Qualquer pessoa ou empresa, num Estado democrático, tem que ter a possibilidade de recorrer ao tribunal civil.

Isto está (e estará, na minha opinião) mesmo muito confuso e sem solução à vista.

Gil Vicente, Belenenses e Leixões. Quem tem razão?

sexta-feira, agosto 25, 2006

O ser humano - o ser egoísta

Ao longo dos meus 25 anos e meio, mais coisa menos coisa, conheci pessoas de todo o género.
Sem ter em conta os feitios de cada um, vou aqui tentar distinguir certos tipos de pessoas com quem lidei, lido e lidarei ao longo da minha vida.

Para começar, há aquelas pessoas que vivem toda a vida para eles próprios. Tudo que fazem na vida é para benefício próprio, mesmo no trabalho e até na família, embora muitas vezes, não tenham essa noção.
Há aqueles que sentem necessidade de formar família porque realmente sozinhos sentem-se vazios. No entanto, depois de a terem, têm dificuldade em a manter, pois o egocentrismo fala sempre mais alto. Pequenos grandes pormenores, como por exemplo a chamada paciência, tão fácil de a ter quando se gosta de alguém, seja o cônjuge seja um filho ou filha, para essas pessoas, acaba por se tornar muito difícil terem-na, pois isso é qualquer coisa que representa esforço sem ter directamente benefício próprio.
Muitas vezes estas pessoas até são geralmente bem aceites pela sociedade, porque perante ela, muitas vezes, não se revelam tal como são. No entanto, e como normalmente só se revelam no íntimo, são pessoas geralmente com muitos conhecidos, mas amigos muito, muito poucos, ou até nenhum.
Normalmente os filhos são a coisa mais preciosa que se pode ter. Para estas pessoas (chamemos-lhes pseudo-pais) também, com a diferença que querem que os filhos estejam bem e se sintam bem, mas sem que seja preciso grande esforço da parte desses pseudo-pais. Do género:
- Pai, gostava que viesses assistir ao meu concerto de piano na sexta-feira.
- Não posso, fala à tua amiga Joana para ir assistir e toma lá 50€ para comprares alguma coisa para ti e para a tua amiga.
E pronto, pensam que com os 50€ fica tudo resolvido e que a filha fica completamente satisfeita, quando o que ela queria verdadeiramente era que ele fosse assistir ao concerto dela.
Muitas vezes, quem sofre mais com esse tipo de pessoas, são realmente os filhos.

Depois há aquelas pessoas que praticamente só vivem para os filhos e que praticamente ignoram e desprezam o resto da sociedade, resto da família incluída. Essas pessoas, para que os filhos possam ter a melhor educação e a melhor qualidade de vida possível, são capazes de passarem por cima do bem-estar de pais, irmãos, sobrinhos, etc.
Embora seja de louvar o esforço para que os filhos estejam o melhor possível, é de lamentar o facto de não quererem igualmente o mesmo para o resto da família.
Se calhar pensam que não é possível todos estarem bem mas, na minha opinião, com esforço de todas as partes é sempre possível.

Finalmente, há aqueles pobres coitados que procuram sempre o bem-estar das pessoas de quem mais gostam, que normalmente são pais, irmãos, tios, primos, avós, filhos, cônjuge e amigos mais próximos, e que vêem que essas pessoas não correspondem a essa procura pelo bem-estar de todos. Esses pobres coitados tentam sempre com que os outros estejam bem, muitas vezes em detrimento deles próprios. Quer dizer, acaba por não ser em detrimento deles próprios, porque só o facto de verem toda a gente de quem gostam saudável e contente ultrapassa qualquer coisa menos boa que possam vir a sofrer.
Estas pessoas são aquelas que conseguem facilmente pôr-se no lugar dos outros e, assim, conseguir ajuda-las e nunca prejudicá-las, ao contrário do género de pessoas que falei acima, que têm imensa dificuldade em imaginarem-se no lugar dos outros.

Sinceramente, e hipocrisias de lado, eu considero que me insiro no terceiro género de pessoas que falei. Felizmente tenho algumas outras pessoas deste género próximas de mim, embora a maior parte esteja incluída nos outros dois géneros. São pessoas muito próximas de mim, pessoas com quem eu lido diariamente e por quem eu luto diariamente para que estejam sempre bem, mesmo sabendo que essas pessoas não agem como eu, independentemente do que eu faça.

Desculpem, mas precisava de desabafar um pouco. É que há certas coisas que me revoltam e uma das que me revoltam mais é o facto de haver pessoas que têm tudo na vida e que mesmo assim arranjam sempre motivos para arranjarem problemas e, assim, estarem infelizes e tornarem os outros igualmente infelizes.

A vida já é complicada para todos. Portanto, cabe-nos a nós tentar simplificá-la, para que possamos aproveitá-la o melhor possível enquanto cá andamos e não o contrário. O problema é que para mim o "aproveitar" é fazer com que todos os que gosto estejam bem. Para outros o "aproveitar" é fazer com que eles próprios estejam bem e os outros que se lixem.

Há seres humanos egoístas, mas felizmente não são todos.

segunda-feira, agosto 21, 2006

Aquecimento Global?

O aquecimento global do planeta, com as consequentes alterações climáticas e aumento do nível dos oceanos, constitui o problema ambiental mais preocupante do século XXI.

Os efeitos do aquecimento global tendem a manter as médias de temperatura mais elevadas e períodos mais longos de seca no futuro, apesar das vagas de frio esporádicas. As secas poderão continuar a ser alternadas com a ocorrência de precipitação muito intensa, que origina o risco de cheias e desabamento de terras.

Em Portugal, o efeito do aquecimento global vai-se reflectir em diversos sectores económicos (nomeadamente na produtividade da agricultura com afectação dos recursos hídricos), e na geografia do litoral pela pressão que exerce a subida do nível do mar (segundo estudos, a erosão afecta 67% do litoral com tendência ao agravamento).

Nos últimos tempos temos já verificado uma subida da temperatura média anual, com destaque para os Verões mais quentes que o habitual. Segundo um estudo elaborado por 61 cientistas nacionais, entre 1931 a 2000, verificou-se que os seis anos mais quentes aconteceram nos últimos 12 anos do século XX.

Contraditoriamente, estas últimas semanas pudemos verificar um fenómeno estranho: temperaturas máximas a rondarem os 16 graus nas regiões do litoral do nosso país, em pleno Agosto!
Não sendo eu um entendido da matéria, será que o aquecimento global é o grande responsável por este acontecimento?

Acho que está na altura dos nossos políticos começarem a olhar com a devida atenção para este fenómeno porque um dia pode ser tarde de mais. Ou será que já é?

sábado, agosto 19, 2006

Mister Jesualdo

Já temos treinador. Manuel Jesualdo Ferreira de seu nome.

Nascido em Mirandela no dia 6 de Junho de 1946, Jesualdo Ferreira é o treinador mais velho da liga portuguesa. Iniciou a carreira de treinador na década de 80 ao serviço do Rio Maior, passando por outras equipas como o Torrense, a Académica, o Atlético, Estrela da Amadora e Alverca, assim como pela selecção de sub-21. Em 2003 substitui Toni no comando do Benfica, mas fica pouco tempo na Luz, rumando a Braga em Abril desse mesmo ano.

No Braga passou os melhores anos da sua carreira. Recuperou uma equipa que estava insegura e trouxe-a definitivamente para os lugares europeus, embora não tenha tido qualquer sucesso a esse nível, principalmente devido àquilo a que se pode chamar azar. Na última temporada podia ter chegado com a sua equipa à liga dos campeões mas nas últimas jornadas não conseguiu, na minha opinião, por falta de ambição. O presidente António Salvador assim o entendeu e não quis renovar contrato com o professor.

Passado umas semanas surge o convite para treinar o Boavista. Era um projecto interessante para o professor, embora arriscado, visto o clube passar por momentos difíceis, particularmente a nível financeiro. Ele aceitou, preparou a época o melhor que pôde, com todas as limitações existentes, e é então que Co Adriaanse se demite e começa-se a falar do interesse do Porto na sua contratação.

Era uma oportunidade de ouro para Jesualdo Ferreira. Talvez a última possibilidade de conseguir chegar a um grande português principalmente quando o grande em questão era mesmo "O Grande" português, um dos melhores clubes da europa dos últimos anos. Com um campeonato mediano à vista ao serviço do Boavista, é claro que ele não iria desperdiçar tal oportunidade e conseguiu desvincular-se. Até porque nem precisava de mudar de cidade.

Ontem Pinto da Costa confirmou o professor como o novo treinador do Porto. Na minha opinião, ele é um treinador que sabe falar com os jogadores, respeita-os, ensina, ouve-os. No entanto, a sua melhor qualidade é a sua quase perfeita organização. Nesse aspecto não fica a dever nada a José Mourinho. O problema dele é mesmo a falta de ambição que revela em determinadas situações.

O que vamos ver esta época vai ser um Porto a dominar a nível nacional, embora com a concorrência de Sporting e Braga, e a nível internacional vai ser um Porto a jogar à defesa, sempre com medo dos nomes sonantes oriundos de Espanha, Itália ou Inglaterra, resultando daí a não qualificação para a segunda fase.

De qualquer forma, penso que actualmente as opções não eram muitas. E como eu acho que tinha que ser um treinador português penso que os dirigentes do Porto tomaram uma boa decisão. Pode ser que o mister se entusiasme com a qualidade do plantel e não tenha medo dos clubes estrangeiros na liga dos campeões.

Se assim for, temos Porto!

quinta-feira, agosto 17, 2006

Jornalismo em Portugal

Não vale a pena falar daqueles erros crassos de certos jornalistas, especialmente jornalistas desportivos, que afirmam que um jogador argentino é paraguaio ou que tem 25 anos quando já tem 30. Não vale a pena. Isso são apenas maus jornalistas que não investigam e não se informam convenientemente sobre o que estão a escrever. O que para mim vale a pena falar é da forma como certos jornalistas actuam e fazem o jornalismo propriamente dito.

Pedro Tadeu, director do jornal 24 Horas, é um magnifico exemplo de como não fazer jornalismo.
Eu sei que é dificil acreditar (eu próprio não acreditei quando li) mas, na primeira página da edição de ontem deste magnifico jornal diário, podiamos ler a seguinte notícia: "Merche mandou tirar o bidé da casa nova".
Bem meus amigos. Tudo o que posso dizer é que se há notícia que merece uma primeira página é mesmo esta. Só não percebo como é que é possível esta notícia ter passada despercebida pela restante comunicação social.
Enfim... pelo menos alguém deve estar contente por finalmente fazer parte de uma notícia. Quem? O bidé, pois está claro. Quem mais poderia ser? Certamente "ele" nunca tinha sido alvo e qualquer notícia anteriormente...

Este é apenas um recente exemplo dos mais gritantes entre muitos outros que diariamente podemos ver não só neste jornal (embora, principalmente neste jornal) como em alguma da restante imprensa escrita.

É este o exemplo que os mais pequenos que dizem querer ser jornalistas devem seguir?
Será que não há ninguém que ensine a estes senhores o que é mesmo fazer jornalismo?

Acho que a solução está em mudar o nome "à coisa". Hoje em dia chama-se jornalismo ao jornalismo propriamente dito mas também a coisas do género que referi em cima. Que tal se se começasse a chamar jornalismo apenas ao jornalismo e inventar-se um nome para o resto? Alguém tem ideias?

segunda-feira, agosto 14, 2006

Orgulho ou incapacidade?

Passei estes últimos 15 dias de férias no sul de Espanha e reforcei uma opinião que já tinha sobre os espanhóis. Enquanto que os portugueses, tentam sempre falar a lingua estrangeira necessária à situação, os espanhóis, pelo contrário, parece que querem forçar os outros a tentar falar a língua deles.

Sempre ouvi dizer por essa europa fora que os portugueses têm uma especial aptidão para as línguas. Mas neste caso dos espanhóis, não me parece que seja inaptidão para falar uma língua estrangeira mas antes um teimoso orgulho em não querer nem sequer tentar falar, por exemplo, uma língua tão parecida com a deles como é o português.
Como em tudo, há sempre uma excepção para quebrar a regra e, felizmente, lá encontrei duas ou três excepções. Mas foram mesmo duas ou três. Durante os 15 dias que lá estive tive que comunicar com diversos espanhóis, quer no hotel, quer em cafés ou simplesmente na rua a pedir indicações. E foram mesmo apenas dois ou três que se esforçaram para que eu os percebesse.

Será simples orgulho ou mesmo incapacidade para falar outra língua? Cá para mim é mesmo orgulho no sentido pejorativo da palavra.

Bem... até à próxima, ou como dizem os espanhóis na Andalucia, "tá luego".

sexta-feira, julho 28, 2006

Casamento - Uma decisão pessoal

Penso que todos concordamos que o casamento é uma das decisões mais pessoais que se podem tomar. Tendo isso em conta, que moral é que há para proibir determinados casamentos, como por exemplo o casamento de homosexuais? Como é que é possível haver pessoas contra o casamento que não seja o deles próprios? Que moral têm para interferir de tal modo num assunto tão pessoal da vida de outras pessoas? Penso que não há resposta possível a tais perguntas, simplesmente porque não faz sentido.
O professor da Universidade do Minho, Luís Aguiar-Conraria, num artigo no "O Público", apresenta um argumento, no mínimo, esclarecedor: "Não faz sentido ser-se a favor da livre escolha em algo tão irrelevante como a marca de champô e ser-se contra a livre escolha em algo tão pessoal e íntimo como o casamento".

É verdade que, cada vez mais, vivemos num mundo com maior liberdade. Apesar de tudo, tem-se verificado uma evolução positiva. Mas na minha opinião ainda há muito (demasiado) por onde evoluir.
Será que, por exemplo, argumentos como a bíblia ou simplesmente "a tradição" podem ser considerados argumentos suficientemente fortes para se justificar o facto de se ser contra o casamento de homosexuais? Por favor, sejamos racionais. Como diz Luís Aguiar-Conraria, "Textos sagrados não servem como argumento para proibir o quer que seja, não só porque a separação entre Igreja e Estado constitui uma trave mestra da democracia liberal, como também porque a liberdade individual implica liberdade religiosa. Misturar os assuntos é desonesto."

Para além deste argumentos, claramente insuficientes, direi mesmo, inválidos, será que há outros? Pois, não me parece.

Então de quê que se está à espera para mudar uma lei que vai, claramente, contra a nossa Constituição, que no seu artigo 13º nos fala do "Princípio da Igualdade"?

Para bem da sociedade em geral, espero que a espera seja curta.