quarta-feira, agosto 30, 2006

Na estrada...

Porquê que muitos dos condutores portugueses conduzem, teimosamente, à inglesa?

segunda-feira, agosto 28, 2006

Quem tem razão?

A liga portuguesa de futebol começou mal. Um clube está a tentar a todo o custo manter-se na primeira divisão e outros dois a tentar a todo o custo subir de divisão, o que para já resultou no adiamento dos jogos em que participavam estas três equipas (Gil Vicente, Belenenses e Leixões).

Dentro de campo, o Gil Vicente fez por merecer a permanência na primeira divisão, assim como o Belenenses mereceu descer e o Leixões não subir.
Agora, parece que o Gil Vicente foi contra uma regra da Liga, que era a de não recorrer a nenhum tribunal civil. O problema é que o fez, e segundo as leis da liga, um clube que recorra ao tribunal civil tem como pena descer de divisão. Portanto, segundo este ponto de vista, o Gil Vicente devia descer e Belenenses ou Leixões subir.
Qual dos dois deveria subir? Não faço ideia.

O que eu não concordo é com esta lei. Qualquer pessoa ou empresa, num Estado democrático, tem que ter a possibilidade de recorrer ao tribunal civil.

Isto está (e estará, na minha opinião) mesmo muito confuso e sem solução à vista.

Gil Vicente, Belenenses e Leixões. Quem tem razão?

sexta-feira, agosto 25, 2006

O ser humano - o ser egoísta

Ao longo dos meus 25 anos e meio, mais coisa menos coisa, conheci pessoas de todo o género.
Sem ter em conta os feitios de cada um, vou aqui tentar distinguir certos tipos de pessoas com quem lidei, lido e lidarei ao longo da minha vida.

Para começar, há aquelas pessoas que vivem toda a vida para eles próprios. Tudo que fazem na vida é para benefício próprio, mesmo no trabalho e até na família, embora muitas vezes, não tenham essa noção.
Há aqueles que sentem necessidade de formar família porque realmente sozinhos sentem-se vazios. No entanto, depois de a terem, têm dificuldade em a manter, pois o egocentrismo fala sempre mais alto. Pequenos grandes pormenores, como por exemplo a chamada paciência, tão fácil de a ter quando se gosta de alguém, seja o cônjuge seja um filho ou filha, para essas pessoas, acaba por se tornar muito difícil terem-na, pois isso é qualquer coisa que representa esforço sem ter directamente benefício próprio.
Muitas vezes estas pessoas até são geralmente bem aceites pela sociedade, porque perante ela, muitas vezes, não se revelam tal como são. No entanto, e como normalmente só se revelam no íntimo, são pessoas geralmente com muitos conhecidos, mas amigos muito, muito poucos, ou até nenhum.
Normalmente os filhos são a coisa mais preciosa que se pode ter. Para estas pessoas (chamemos-lhes pseudo-pais) também, com a diferença que querem que os filhos estejam bem e se sintam bem, mas sem que seja preciso grande esforço da parte desses pseudo-pais. Do género:
- Pai, gostava que viesses assistir ao meu concerto de piano na sexta-feira.
- Não posso, fala à tua amiga Joana para ir assistir e toma lá 50€ para comprares alguma coisa para ti e para a tua amiga.
E pronto, pensam que com os 50€ fica tudo resolvido e que a filha fica completamente satisfeita, quando o que ela queria verdadeiramente era que ele fosse assistir ao concerto dela.
Muitas vezes, quem sofre mais com esse tipo de pessoas, são realmente os filhos.

Depois há aquelas pessoas que praticamente só vivem para os filhos e que praticamente ignoram e desprezam o resto da sociedade, resto da família incluída. Essas pessoas, para que os filhos possam ter a melhor educação e a melhor qualidade de vida possível, são capazes de passarem por cima do bem-estar de pais, irmãos, sobrinhos, etc.
Embora seja de louvar o esforço para que os filhos estejam o melhor possível, é de lamentar o facto de não quererem igualmente o mesmo para o resto da família.
Se calhar pensam que não é possível todos estarem bem mas, na minha opinião, com esforço de todas as partes é sempre possível.

Finalmente, há aqueles pobres coitados que procuram sempre o bem-estar das pessoas de quem mais gostam, que normalmente são pais, irmãos, tios, primos, avós, filhos, cônjuge e amigos mais próximos, e que vêem que essas pessoas não correspondem a essa procura pelo bem-estar de todos. Esses pobres coitados tentam sempre com que os outros estejam bem, muitas vezes em detrimento deles próprios. Quer dizer, acaba por não ser em detrimento deles próprios, porque só o facto de verem toda a gente de quem gostam saudável e contente ultrapassa qualquer coisa menos boa que possam vir a sofrer.
Estas pessoas são aquelas que conseguem facilmente pôr-se no lugar dos outros e, assim, conseguir ajuda-las e nunca prejudicá-las, ao contrário do género de pessoas que falei acima, que têm imensa dificuldade em imaginarem-se no lugar dos outros.

Sinceramente, e hipocrisias de lado, eu considero que me insiro no terceiro género de pessoas que falei. Felizmente tenho algumas outras pessoas deste género próximas de mim, embora a maior parte esteja incluída nos outros dois géneros. São pessoas muito próximas de mim, pessoas com quem eu lido diariamente e por quem eu luto diariamente para que estejam sempre bem, mesmo sabendo que essas pessoas não agem como eu, independentemente do que eu faça.

Desculpem, mas precisava de desabafar um pouco. É que há certas coisas que me revoltam e uma das que me revoltam mais é o facto de haver pessoas que têm tudo na vida e que mesmo assim arranjam sempre motivos para arranjarem problemas e, assim, estarem infelizes e tornarem os outros igualmente infelizes.

A vida já é complicada para todos. Portanto, cabe-nos a nós tentar simplificá-la, para que possamos aproveitá-la o melhor possível enquanto cá andamos e não o contrário. O problema é que para mim o "aproveitar" é fazer com que todos os que gosto estejam bem. Para outros o "aproveitar" é fazer com que eles próprios estejam bem e os outros que se lixem.

Há seres humanos egoístas, mas felizmente não são todos.

segunda-feira, agosto 21, 2006

Aquecimento Global?

O aquecimento global do planeta, com as consequentes alterações climáticas e aumento do nível dos oceanos, constitui o problema ambiental mais preocupante do século XXI.

Os efeitos do aquecimento global tendem a manter as médias de temperatura mais elevadas e períodos mais longos de seca no futuro, apesar das vagas de frio esporádicas. As secas poderão continuar a ser alternadas com a ocorrência de precipitação muito intensa, que origina o risco de cheias e desabamento de terras.

Em Portugal, o efeito do aquecimento global vai-se reflectir em diversos sectores económicos (nomeadamente na produtividade da agricultura com afectação dos recursos hídricos), e na geografia do litoral pela pressão que exerce a subida do nível do mar (segundo estudos, a erosão afecta 67% do litoral com tendência ao agravamento).

Nos últimos tempos temos já verificado uma subida da temperatura média anual, com destaque para os Verões mais quentes que o habitual. Segundo um estudo elaborado por 61 cientistas nacionais, entre 1931 a 2000, verificou-se que os seis anos mais quentes aconteceram nos últimos 12 anos do século XX.

Contraditoriamente, estas últimas semanas pudemos verificar um fenómeno estranho: temperaturas máximas a rondarem os 16 graus nas regiões do litoral do nosso país, em pleno Agosto!
Não sendo eu um entendido da matéria, será que o aquecimento global é o grande responsável por este acontecimento?

Acho que está na altura dos nossos políticos começarem a olhar com a devida atenção para este fenómeno porque um dia pode ser tarde de mais. Ou será que já é?

sábado, agosto 19, 2006

Mister Jesualdo

Já temos treinador. Manuel Jesualdo Ferreira de seu nome.

Nascido em Mirandela no dia 6 de Junho de 1946, Jesualdo Ferreira é o treinador mais velho da liga portuguesa. Iniciou a carreira de treinador na década de 80 ao serviço do Rio Maior, passando por outras equipas como o Torrense, a Académica, o Atlético, Estrela da Amadora e Alverca, assim como pela selecção de sub-21. Em 2003 substitui Toni no comando do Benfica, mas fica pouco tempo na Luz, rumando a Braga em Abril desse mesmo ano.

No Braga passou os melhores anos da sua carreira. Recuperou uma equipa que estava insegura e trouxe-a definitivamente para os lugares europeus, embora não tenha tido qualquer sucesso a esse nível, principalmente devido àquilo a que se pode chamar azar. Na última temporada podia ter chegado com a sua equipa à liga dos campeões mas nas últimas jornadas não conseguiu, na minha opinião, por falta de ambição. O presidente António Salvador assim o entendeu e não quis renovar contrato com o professor.

Passado umas semanas surge o convite para treinar o Boavista. Era um projecto interessante para o professor, embora arriscado, visto o clube passar por momentos difíceis, particularmente a nível financeiro. Ele aceitou, preparou a época o melhor que pôde, com todas as limitações existentes, e é então que Co Adriaanse se demite e começa-se a falar do interesse do Porto na sua contratação.

Era uma oportunidade de ouro para Jesualdo Ferreira. Talvez a última possibilidade de conseguir chegar a um grande português principalmente quando o grande em questão era mesmo "O Grande" português, um dos melhores clubes da europa dos últimos anos. Com um campeonato mediano à vista ao serviço do Boavista, é claro que ele não iria desperdiçar tal oportunidade e conseguiu desvincular-se. Até porque nem precisava de mudar de cidade.

Ontem Pinto da Costa confirmou o professor como o novo treinador do Porto. Na minha opinião, ele é um treinador que sabe falar com os jogadores, respeita-os, ensina, ouve-os. No entanto, a sua melhor qualidade é a sua quase perfeita organização. Nesse aspecto não fica a dever nada a José Mourinho. O problema dele é mesmo a falta de ambição que revela em determinadas situações.

O que vamos ver esta época vai ser um Porto a dominar a nível nacional, embora com a concorrência de Sporting e Braga, e a nível internacional vai ser um Porto a jogar à defesa, sempre com medo dos nomes sonantes oriundos de Espanha, Itália ou Inglaterra, resultando daí a não qualificação para a segunda fase.

De qualquer forma, penso que actualmente as opções não eram muitas. E como eu acho que tinha que ser um treinador português penso que os dirigentes do Porto tomaram uma boa decisão. Pode ser que o mister se entusiasme com a qualidade do plantel e não tenha medo dos clubes estrangeiros na liga dos campeões.

Se assim for, temos Porto!

quinta-feira, agosto 17, 2006

Jornalismo em Portugal

Não vale a pena falar daqueles erros crassos de certos jornalistas, especialmente jornalistas desportivos, que afirmam que um jogador argentino é paraguaio ou que tem 25 anos quando já tem 30. Não vale a pena. Isso são apenas maus jornalistas que não investigam e não se informam convenientemente sobre o que estão a escrever. O que para mim vale a pena falar é da forma como certos jornalistas actuam e fazem o jornalismo propriamente dito.

Pedro Tadeu, director do jornal 24 Horas, é um magnifico exemplo de como não fazer jornalismo.
Eu sei que é dificil acreditar (eu próprio não acreditei quando li) mas, na primeira página da edição de ontem deste magnifico jornal diário, podiamos ler a seguinte notícia: "Merche mandou tirar o bidé da casa nova".
Bem meus amigos. Tudo o que posso dizer é que se há notícia que merece uma primeira página é mesmo esta. Só não percebo como é que é possível esta notícia ter passada despercebida pela restante comunicação social.
Enfim... pelo menos alguém deve estar contente por finalmente fazer parte de uma notícia. Quem? O bidé, pois está claro. Quem mais poderia ser? Certamente "ele" nunca tinha sido alvo e qualquer notícia anteriormente...

Este é apenas um recente exemplo dos mais gritantes entre muitos outros que diariamente podemos ver não só neste jornal (embora, principalmente neste jornal) como em alguma da restante imprensa escrita.

É este o exemplo que os mais pequenos que dizem querer ser jornalistas devem seguir?
Será que não há ninguém que ensine a estes senhores o que é mesmo fazer jornalismo?

Acho que a solução está em mudar o nome "à coisa". Hoje em dia chama-se jornalismo ao jornalismo propriamente dito mas também a coisas do género que referi em cima. Que tal se se começasse a chamar jornalismo apenas ao jornalismo e inventar-se um nome para o resto? Alguém tem ideias?

segunda-feira, agosto 14, 2006

Orgulho ou incapacidade?

Passei estes últimos 15 dias de férias no sul de Espanha e reforcei uma opinião que já tinha sobre os espanhóis. Enquanto que os portugueses, tentam sempre falar a lingua estrangeira necessária à situação, os espanhóis, pelo contrário, parece que querem forçar os outros a tentar falar a língua deles.

Sempre ouvi dizer por essa europa fora que os portugueses têm uma especial aptidão para as línguas. Mas neste caso dos espanhóis, não me parece que seja inaptidão para falar uma língua estrangeira mas antes um teimoso orgulho em não querer nem sequer tentar falar, por exemplo, uma língua tão parecida com a deles como é o português.
Como em tudo, há sempre uma excepção para quebrar a regra e, felizmente, lá encontrei duas ou três excepções. Mas foram mesmo duas ou três. Durante os 15 dias que lá estive tive que comunicar com diversos espanhóis, quer no hotel, quer em cafés ou simplesmente na rua a pedir indicações. E foram mesmo apenas dois ou três que se esforçaram para que eu os percebesse.

Será simples orgulho ou mesmo incapacidade para falar outra língua? Cá para mim é mesmo orgulho no sentido pejorativo da palavra.

Bem... até à próxima, ou como dizem os espanhóis na Andalucia, "tá luego".