quarta-feira, outubro 11, 2006

Desculpem...

Desculpem pela escassez de "posts" e pela qualidade dos últimos, mas é que tive em época de exames. Agora terminados, este blog vai continuar a sua anterior periodicidade de publicações e, espero, com a mesma ou melhor qualidade que anteriormente.

Está prometido um post para hoje, ou na pior das hipóteses, para amanhã.

sábado, outubro 07, 2006

Dá que pensar...

"Os paraísos perdidos estão somente em nós mesmos." Marcel Proust

terça-feira, outubro 03, 2006

"Estado Corporativo"

É o titulo do "post" de hoje do Luís Aguiar no seu "A destreza das dúvidas", que fala entre outras coisas sobre o papel das Ordens, hoje em dia, o qual eu subscrevo a 100%. Dêem uma espreitadela.

Muitas vezes é bem verdade...

"Se A é o sucesso, então é igual a X mais Y mais Z. O trabalho é X; Y é o lazer; e Z é manter a boca fechada. " Albert Einstein

Por isso é que eu prevejo um futuro complicado para mim, no que respeita ao "Z"...



P.S. "Post" dedicado a um amigo meu.

sexta-feira, setembro 29, 2006

Praxe Académica

Lá estamos nós novamente em Setembro, com o início do ano lectivo nas universidades, é tempo de tradição - as praxes académicas.
Toda a gente, novos e menos novos, já ouviu falar sobre a praxe académica e todos temos uma ideia mais que não seja preconcebida sobre o que são as praxes, para uns a praxe é uma coisa negativa para outros uma coisa bastante positiva.


Para alguns, a praxe é a única forma de ajudar o caloiro ou recém-chegado à universidade a integrar-se no ambiente universitário, a criar amizades e a desenvolver laços de sólida camaradagem.
Para outros, é um ritual de integração forçada humilhante, retrógrado e difusor dos valores mais reaccionários da sociedade, como sejam o sexismo, a homofobia ou a submissão.

Eu posso dizer que concordo mais com "os outros".
Acho a praxe completamente ridícula. Para mim, praxe é, acima de tudo, significado de submissão. Dizem-me que é óptima para ajudar na integração à universidade, fazer amigos, etc. Tudo bem. Conhecem alguma actividade organizada que, durante 2 semanas, não seja capaz disso?

As pessoas acabam por gostar da praxe porque realmente não conhecem outra realidade. Não sabem como poderia ser a integração se em vez da praxe houvesse outro tipo de actividade. Será que não se podia organizar uma recepção não hierárquica de 2 semanas baseada em relações de camaradagem de igual para igual e que encoraje a criatividade e o espírito crítico? Sem submissão, sem insultos, sem humilhações?

Em pleno século XXI, num país que se diz e é europeu, não parece muito correcto que as pessoas sejam alvo das mais absurdas práticas, como ficarem de quatro como se de animais ovinos e bovinos se tratassem, ladrarem como os cãezinhos lá de casa, ou zurrarem como os burros que aliás são espécie em extinção. Não é muito dignificante para aqueles que serão os doutores e engenheiros e quiçá governantes deste país... Convenhamos... Andam lá agora os pais para isto? Os seus filhos que estudam para doutores advogados a zurrarem pelas ruas?? Isto para não falar de coisas bem mais obscenas a que se assistem em tempo de festas e cortejos...

Os hábitos da praxe que hoje são um anacronismo insensato remetem para um mundo corporativo medieval, para uma época em que as universidades tinham regimento e polícia e em que os estudantes se defendiam da autoridade dos "lentes", construindo um mundo de regras autónomas que reproduziam, aliás, o ambiente igualmente claustrofóbico da universidade "séria".

É, acho eu, tempo de mudar mentalidades. A praxe hoje atira-nos mesmo para uma medievalidade que não queremos.

Está na altura de aparecer gente nova com inteligência, com coragem, que traga novas ideias que possam ser alternativas à praxe.

Passemos todos de vez para o século XXI.

segunda-feira, setembro 25, 2006

Referendo ao Aborto na Assembleia da República

Dia 19 de Outubro vai ser discutida (e aprovada) uma proposta sobre o referendo ao aborto apresentada pelo Governo no parlamento.

Acho que a lei da despenalização do aborto há já muito tempo que devia estar implementada. Mas este é apenas mais um dos muitos temas que fazem com que o nosso país continue a ser um dos mais retrógrados comparativamente aos restantes países da UE.

Agora, a questão que eu ponho é a seguinte: para quê o referendo?
O governo foi eleito e conseguiu maioria absoluta no parlamento, portanto, porque é que eles não apresentam uma proposta de lei e a implementam?
Ninguém veio fazer referendos quando se decidiu aumentar os impostos; ninguém veio fazer referendos quando o Presidente da República decidiu dissolver o governo de Santana Lopes; mais recentemente, ninguém veio fazer referendos quando se decidiu estabelecer um número mínimo de deputadas (mulheres) no parlamento.
Eu pergunto, porquê então agora? Já o fizeram anteriormente e vão voltar a fazer. Porquê? O governo não tem legitimidade para fazer leis? Então porque é que não as faz?

Já agora deixo-vos aqui a pergunta com que, certamente no principio do próximo ano, vamos ser confrontados: "Concorda com a despenalização da interrupção voluntária da gravidez, se realizada, por opção da mulher, nas primeiras 10 semanas, em estabelecimento de saúde legalmente autorizado?"

quinta-feira, setembro 21, 2006

Ainda não é desta

Pois é meus amigos. Parece que Portugal não vai seguir os restantes países europeus no que respeita à lei anti-tabaco.
Segundo o ministro da saúde, a nova legislação sobre o consumo de tabaco vai permitir que, durante "algum tempo" (leia-se 3 ou 4 anos), os restaurantes possam decidir se os clientes podem fumar nas suas instalações. Ou seja, vai continuar tudo exactamente como está.

O engraçado é o tempo que, segundo o Governo, os estabelecimentos necessitam para decidir. 4 anos!! Porque não 40? É ridiculo. Uma lei que já devia ter sido feita (como por exemplo em Espanha), ficamos agora a saber que nem daqui a 4 anos vamos poder escolher entre estabelecimentos para fumadores ou não fumadores.

Será que não há ninguém de coragem dentro do Governo que possa pôr esta lei a andar para a frente, mas... a sério?!?

segunda-feira, setembro 18, 2006

A diminuição do casamento e o aumento do divórcio

Hoje em dia, os portugueses casam cada vez menos e cada vez mais tarde. Preferem viver juntos. Em contrapartida, o número de divórcios é que não pára de aumentar.
Por exemplo, de 2003 para 2004, o número de casamentos diminuiu em cerca de 8,5%. O número de divórcios aumentou em 2,3%.

A significativa diminuição do número de casamentos faz que pensar. Porque será que os portugueses casam cada vez menos?
Eu, realmente, não entendo a importância do casamento, para além de certos benefícios fiscais. Para mim o casamento é apenas um contrato. Se eu me juntar com uma pessoa não me vou sentir mais ou menos seguro, ou mais ou menos feliz por ter casado. Se calhar, a maioria das pessoas que casam, fazem-no apenas por tradição, por "ser assim que se deve fazer". Eu não concordo com isso, e como eu, já deve haver várias pessoas a pensar o mesmo, e daí talvez uma das justificações para haver cada vez menos casamentos.

Por outro lado, o número de divórcios tem vindo a aumentar.
Na minha opinião, os casamentos desfazem-se porque as pessoas desistem com muita facilidade. Antigamente, o divórcio não era sequer visto como uma opção. Hoje em dia, é uma solução fácil para os casais que desistem de tentar solucionar os seus problemas. Será que as pessoas estão a ficar cada vez mais fracas e fogem dos problemas em vez de os enfrentarem?

quinta-feira, setembro 14, 2006

O Luís sabe o que diz

Os comentadores de futebol em Portugal pouco falam no futebol propriamente dito. Entram nas mais variadas polémicas, falam imenso de arbitragens, insultam este e aquele, dão opiniões sobre coisas relacionadas com o futebol mas que não são "o futebol", e ainda por cima quase nenhum faz a menor ideia do que está a falar.

Não é o caso de Luís Freitas Lobo, comentador RTP de excelência. Esse sim fala de futebol. Percebe o jogo como ninguém, sabe falar, explica com clareza as suas ideias e vê-se que adora o que faz. Apesar de ser formado em direito, dedica-se ao futebol de corpo e alma. Conhece o futebol como poucos e ensina o que ele é a muitos.
Para quem gosta mesmo de futebol aconselho vivamente a visitarem o site dele.

Luís Freitas Lobo é único no mundo dos comentadores desportivos. Precisamos de mais como ele.
Será que não há mais "Luíses" por aí escondidos? Espero que sim.

domingo, setembro 10, 2006

As novas sete maravilhas do mundo

Lisboa será em Julho do próximo ano palco de mais um evento internacional, a Declaração Universal das Novas Sete Maravilhas do Mundo, uma eleição feita por iniciativa da New7Wonders Foundation, e realizada através de votação por telefone e internet, a partir de todo o mundo. A data para o “mega evento que contará com a presença de altas personalidades mundiais”, segundo comunicado, já está marcada: sete de Julho do próximo ano (07/07/07).

São 21 monumentos finalistas em que as pessoas podem votar, e as mais votadas serão as Novas 7 Maravilhas do Mundo.

Curiosamente, a única maravilha das sete originais que ainda permanece são as pirâmides de Gizé, no Egipto.

As restantes candidatas a maravilhas são: Acrópole de Atenas (Grécia), Alhambra (Granada - Espanha), Angkor (Camboja), Pirâmide em Chichén Itzá (México), Cristo Redentor (Rio de Janeiro - Brasil), Coliseu de Roma (Itália), Estátuas da Ilha de Páscoa (Chile), Torre Eiffel (Paris - França), A Grande Muralha da China, Basílica de Santa Sofia (Turquia), Templo de Kiyomizu (Japão), Kremlin e Praça Vermelha (Rússia), Machu Picchu (Perú), Castelo de Neuschwanstein (Alemanha), Petra (Jordânia), Estátua da Liberdade (EUA), Stonehenge (Amesbury - Reino Unido), Ópera de Sidney (Austrália), Taj Mahal (Índia) e Tombouctou (Mali).

O meu voto vai para as Pirâmide de Gizé, Angkor, Torre Eiffel, A Grande Muralha da China, Machu Picchu, Stonehenge e Ópera de Sidney.

E o vosso?

quarta-feira, setembro 06, 2006

Os "doutores"

Felizmente, no nosso país, o número de licenciados tem vindo a aumentar significativamente. Consequentemente, Portugal tem agora um grande número de "doutores".

Por cá, qualquer pessoa que tenha uma licenciatura, ganha o direito de ser chamado de doutor. Mas porquê?
Para mim, os únicos doutores são os médicos e as pessoas que tiram doutoramento.

Com a licenciatura de economia (que espero terminar brevemente) também vou ter direito a ser doutor. Mas, sinceramente, é um "privilégio" que eu dispenso completamente. Não quero, portanto, de forma alguma, ser chamado de doutor (fica já o aviso eheheh).

Não será já altura de rever o significado de "doutor" e passar a usá-lo correctamente?

segunda-feira, setembro 04, 2006

A condução em Portugal

No outro dia fiz referência ao facto de alguns dos condutores portugueses conduzirem à inglesa.
É verdade. Muitas vezes, quando vou em vias-rápidas ou auto-estradas aparece-me um pela frente a ultrapassar outro carro, muito devagarinho... Lá fico montes de tempo à espera que ele ultrapasse o dito carro... Ao fim de 1 minuto lá conseguiu ultrapassar o carro... Mas em vez de passar logo para o lado direito não. Era bom. Mais uns 10 segundos... até que dá o pisca para a direita... mais 5 segundos... e lá vai ele para a via do lado direito. O engraçado é o pisca. Já não basta meterem-se à minha frente para ultrapassar, depois de ultrapassarem, em vez de se desviarem logo para a direita mal possam não, dão primeiro o pisca e só passado uns 5 segundos é que lá vão para a direita. O que é que me interessa a mim o pisca para a direita???

Mas isto é só para dar cabo da paciência a um gajo. Pior é quando se vai na auto-estrada a ultrapassar, quando de repente, sem mais nem menos, o carro que estamos a ultrapassar vem para cima de nós. Isso é que causa acidentes. Felizmente isto já não se vê tanto como dantes.

Depois há aquelas ultrapassagens malucas que se vê em estradas nacionais. Para já, ainda só vi sortudos. Não vi acidentes por esta causa. Mas que os há, há.

Dizem que a causa da maior parte dos acidentes é o excesso de velocidade. Mas isso não é verdade. Normalmente os acidentes são causados pelos condutores mais lentos, porque normalmente esses são os que têm maior dificuldade em conduzir. Ultrapassar em auto-estrada sem olhar para o retrovisor, não respeitar prioridades, não conduzir pela direita, manobras perigosas... Tudo isto é mais comum em condutores "mais lentos". E estas sim, são as verdadeiras causas dos acidentes.

sexta-feira, setembro 01, 2006

Lei anti-tabaco

Hoje entrou em vigor, em Espanha, a nova lei anti-tabaco.
As novas regras obrigam a separar fisicamente os fumadores dos não fumadores em estabelecimentos com mais de 100 metros quadrados.
Esta lei foi aprovada há oito meses, mas só agora entrou em vigor definitivamente porque o Governo deu um prazo de 8 meses para que os espaços se adaptassem às novas regras.

Esta nova lei espanhola, para mim, é capaz de ter sido das mais importantes que devem ter feito nos últimos tempos. Realmente não tem cabimento os não fumadores apanharem com o fumo dos que querem "morrer lentamente".
A mim, especialmente, o fumo incomoda-me bastante. Eu até nem vou a certos cafés porque alguns são mesmo irrespiráveis.

Penso que é uma lei que beneficia todos uma vez que os fumadores podem continuar a fumar nos sítios apropriados para além de não terem a preocupação de estar a incomodar terceiros. Os não fumadores não apanham com o fumo dos outros. Os donos dos espaços públicos talvez perderão alguns clientes fumadores, mas penso que ganharão mais clientes não fumadores do que perderão fumadores.

Portanto eu pergunto: para quando esta lei em Portugal?

quarta-feira, agosto 30, 2006

Na estrada...

Porquê que muitos dos condutores portugueses conduzem, teimosamente, à inglesa?

segunda-feira, agosto 28, 2006

Quem tem razão?

A liga portuguesa de futebol começou mal. Um clube está a tentar a todo o custo manter-se na primeira divisão e outros dois a tentar a todo o custo subir de divisão, o que para já resultou no adiamento dos jogos em que participavam estas três equipas (Gil Vicente, Belenenses e Leixões).

Dentro de campo, o Gil Vicente fez por merecer a permanência na primeira divisão, assim como o Belenenses mereceu descer e o Leixões não subir.
Agora, parece que o Gil Vicente foi contra uma regra da Liga, que era a de não recorrer a nenhum tribunal civil. O problema é que o fez, e segundo as leis da liga, um clube que recorra ao tribunal civil tem como pena descer de divisão. Portanto, segundo este ponto de vista, o Gil Vicente devia descer e Belenenses ou Leixões subir.
Qual dos dois deveria subir? Não faço ideia.

O que eu não concordo é com esta lei. Qualquer pessoa ou empresa, num Estado democrático, tem que ter a possibilidade de recorrer ao tribunal civil.

Isto está (e estará, na minha opinião) mesmo muito confuso e sem solução à vista.

Gil Vicente, Belenenses e Leixões. Quem tem razão?

sexta-feira, agosto 25, 2006

O ser humano - o ser egoísta

Ao longo dos meus 25 anos e meio, mais coisa menos coisa, conheci pessoas de todo o género.
Sem ter em conta os feitios de cada um, vou aqui tentar distinguir certos tipos de pessoas com quem lidei, lido e lidarei ao longo da minha vida.

Para começar, há aquelas pessoas que vivem toda a vida para eles próprios. Tudo que fazem na vida é para benefício próprio, mesmo no trabalho e até na família, embora muitas vezes, não tenham essa noção.
Há aqueles que sentem necessidade de formar família porque realmente sozinhos sentem-se vazios. No entanto, depois de a terem, têm dificuldade em a manter, pois o egocentrismo fala sempre mais alto. Pequenos grandes pormenores, como por exemplo a chamada paciência, tão fácil de a ter quando se gosta de alguém, seja o cônjuge seja um filho ou filha, para essas pessoas, acaba por se tornar muito difícil terem-na, pois isso é qualquer coisa que representa esforço sem ter directamente benefício próprio.
Muitas vezes estas pessoas até são geralmente bem aceites pela sociedade, porque perante ela, muitas vezes, não se revelam tal como são. No entanto, e como normalmente só se revelam no íntimo, são pessoas geralmente com muitos conhecidos, mas amigos muito, muito poucos, ou até nenhum.
Normalmente os filhos são a coisa mais preciosa que se pode ter. Para estas pessoas (chamemos-lhes pseudo-pais) também, com a diferença que querem que os filhos estejam bem e se sintam bem, mas sem que seja preciso grande esforço da parte desses pseudo-pais. Do género:
- Pai, gostava que viesses assistir ao meu concerto de piano na sexta-feira.
- Não posso, fala à tua amiga Joana para ir assistir e toma lá 50€ para comprares alguma coisa para ti e para a tua amiga.
E pronto, pensam que com os 50€ fica tudo resolvido e que a filha fica completamente satisfeita, quando o que ela queria verdadeiramente era que ele fosse assistir ao concerto dela.
Muitas vezes, quem sofre mais com esse tipo de pessoas, são realmente os filhos.

Depois há aquelas pessoas que praticamente só vivem para os filhos e que praticamente ignoram e desprezam o resto da sociedade, resto da família incluída. Essas pessoas, para que os filhos possam ter a melhor educação e a melhor qualidade de vida possível, são capazes de passarem por cima do bem-estar de pais, irmãos, sobrinhos, etc.
Embora seja de louvar o esforço para que os filhos estejam o melhor possível, é de lamentar o facto de não quererem igualmente o mesmo para o resto da família.
Se calhar pensam que não é possível todos estarem bem mas, na minha opinião, com esforço de todas as partes é sempre possível.

Finalmente, há aqueles pobres coitados que procuram sempre o bem-estar das pessoas de quem mais gostam, que normalmente são pais, irmãos, tios, primos, avós, filhos, cônjuge e amigos mais próximos, e que vêem que essas pessoas não correspondem a essa procura pelo bem-estar de todos. Esses pobres coitados tentam sempre com que os outros estejam bem, muitas vezes em detrimento deles próprios. Quer dizer, acaba por não ser em detrimento deles próprios, porque só o facto de verem toda a gente de quem gostam saudável e contente ultrapassa qualquer coisa menos boa que possam vir a sofrer.
Estas pessoas são aquelas que conseguem facilmente pôr-se no lugar dos outros e, assim, conseguir ajuda-las e nunca prejudicá-las, ao contrário do género de pessoas que falei acima, que têm imensa dificuldade em imaginarem-se no lugar dos outros.

Sinceramente, e hipocrisias de lado, eu considero que me insiro no terceiro género de pessoas que falei. Felizmente tenho algumas outras pessoas deste género próximas de mim, embora a maior parte esteja incluída nos outros dois géneros. São pessoas muito próximas de mim, pessoas com quem eu lido diariamente e por quem eu luto diariamente para que estejam sempre bem, mesmo sabendo que essas pessoas não agem como eu, independentemente do que eu faça.

Desculpem, mas precisava de desabafar um pouco. É que há certas coisas que me revoltam e uma das que me revoltam mais é o facto de haver pessoas que têm tudo na vida e que mesmo assim arranjam sempre motivos para arranjarem problemas e, assim, estarem infelizes e tornarem os outros igualmente infelizes.

A vida já é complicada para todos. Portanto, cabe-nos a nós tentar simplificá-la, para que possamos aproveitá-la o melhor possível enquanto cá andamos e não o contrário. O problema é que para mim o "aproveitar" é fazer com que todos os que gosto estejam bem. Para outros o "aproveitar" é fazer com que eles próprios estejam bem e os outros que se lixem.

Há seres humanos egoístas, mas felizmente não são todos.

segunda-feira, agosto 21, 2006

Aquecimento Global?

O aquecimento global do planeta, com as consequentes alterações climáticas e aumento do nível dos oceanos, constitui o problema ambiental mais preocupante do século XXI.

Os efeitos do aquecimento global tendem a manter as médias de temperatura mais elevadas e períodos mais longos de seca no futuro, apesar das vagas de frio esporádicas. As secas poderão continuar a ser alternadas com a ocorrência de precipitação muito intensa, que origina o risco de cheias e desabamento de terras.

Em Portugal, o efeito do aquecimento global vai-se reflectir em diversos sectores económicos (nomeadamente na produtividade da agricultura com afectação dos recursos hídricos), e na geografia do litoral pela pressão que exerce a subida do nível do mar (segundo estudos, a erosão afecta 67% do litoral com tendência ao agravamento).

Nos últimos tempos temos já verificado uma subida da temperatura média anual, com destaque para os Verões mais quentes que o habitual. Segundo um estudo elaborado por 61 cientistas nacionais, entre 1931 a 2000, verificou-se que os seis anos mais quentes aconteceram nos últimos 12 anos do século XX.

Contraditoriamente, estas últimas semanas pudemos verificar um fenómeno estranho: temperaturas máximas a rondarem os 16 graus nas regiões do litoral do nosso país, em pleno Agosto!
Não sendo eu um entendido da matéria, será que o aquecimento global é o grande responsável por este acontecimento?

Acho que está na altura dos nossos políticos começarem a olhar com a devida atenção para este fenómeno porque um dia pode ser tarde de mais. Ou será que já é?

sábado, agosto 19, 2006

Mister Jesualdo

Já temos treinador. Manuel Jesualdo Ferreira de seu nome.

Nascido em Mirandela no dia 6 de Junho de 1946, Jesualdo Ferreira é o treinador mais velho da liga portuguesa. Iniciou a carreira de treinador na década de 80 ao serviço do Rio Maior, passando por outras equipas como o Torrense, a Académica, o Atlético, Estrela da Amadora e Alverca, assim como pela selecção de sub-21. Em 2003 substitui Toni no comando do Benfica, mas fica pouco tempo na Luz, rumando a Braga em Abril desse mesmo ano.

No Braga passou os melhores anos da sua carreira. Recuperou uma equipa que estava insegura e trouxe-a definitivamente para os lugares europeus, embora não tenha tido qualquer sucesso a esse nível, principalmente devido àquilo a que se pode chamar azar. Na última temporada podia ter chegado com a sua equipa à liga dos campeões mas nas últimas jornadas não conseguiu, na minha opinião, por falta de ambição. O presidente António Salvador assim o entendeu e não quis renovar contrato com o professor.

Passado umas semanas surge o convite para treinar o Boavista. Era um projecto interessante para o professor, embora arriscado, visto o clube passar por momentos difíceis, particularmente a nível financeiro. Ele aceitou, preparou a época o melhor que pôde, com todas as limitações existentes, e é então que Co Adriaanse se demite e começa-se a falar do interesse do Porto na sua contratação.

Era uma oportunidade de ouro para Jesualdo Ferreira. Talvez a última possibilidade de conseguir chegar a um grande português principalmente quando o grande em questão era mesmo "O Grande" português, um dos melhores clubes da europa dos últimos anos. Com um campeonato mediano à vista ao serviço do Boavista, é claro que ele não iria desperdiçar tal oportunidade e conseguiu desvincular-se. Até porque nem precisava de mudar de cidade.

Ontem Pinto da Costa confirmou o professor como o novo treinador do Porto. Na minha opinião, ele é um treinador que sabe falar com os jogadores, respeita-os, ensina, ouve-os. No entanto, a sua melhor qualidade é a sua quase perfeita organização. Nesse aspecto não fica a dever nada a José Mourinho. O problema dele é mesmo a falta de ambição que revela em determinadas situações.

O que vamos ver esta época vai ser um Porto a dominar a nível nacional, embora com a concorrência de Sporting e Braga, e a nível internacional vai ser um Porto a jogar à defesa, sempre com medo dos nomes sonantes oriundos de Espanha, Itália ou Inglaterra, resultando daí a não qualificação para a segunda fase.

De qualquer forma, penso que actualmente as opções não eram muitas. E como eu acho que tinha que ser um treinador português penso que os dirigentes do Porto tomaram uma boa decisão. Pode ser que o mister se entusiasme com a qualidade do plantel e não tenha medo dos clubes estrangeiros na liga dos campeões.

Se assim for, temos Porto!

quinta-feira, agosto 17, 2006

Jornalismo em Portugal

Não vale a pena falar daqueles erros crassos de certos jornalistas, especialmente jornalistas desportivos, que afirmam que um jogador argentino é paraguaio ou que tem 25 anos quando já tem 30. Não vale a pena. Isso são apenas maus jornalistas que não investigam e não se informam convenientemente sobre o que estão a escrever. O que para mim vale a pena falar é da forma como certos jornalistas actuam e fazem o jornalismo propriamente dito.

Pedro Tadeu, director do jornal 24 Horas, é um magnifico exemplo de como não fazer jornalismo.
Eu sei que é dificil acreditar (eu próprio não acreditei quando li) mas, na primeira página da edição de ontem deste magnifico jornal diário, podiamos ler a seguinte notícia: "Merche mandou tirar o bidé da casa nova".
Bem meus amigos. Tudo o que posso dizer é que se há notícia que merece uma primeira página é mesmo esta. Só não percebo como é que é possível esta notícia ter passada despercebida pela restante comunicação social.
Enfim... pelo menos alguém deve estar contente por finalmente fazer parte de uma notícia. Quem? O bidé, pois está claro. Quem mais poderia ser? Certamente "ele" nunca tinha sido alvo e qualquer notícia anteriormente...

Este é apenas um recente exemplo dos mais gritantes entre muitos outros que diariamente podemos ver não só neste jornal (embora, principalmente neste jornal) como em alguma da restante imprensa escrita.

É este o exemplo que os mais pequenos que dizem querer ser jornalistas devem seguir?
Será que não há ninguém que ensine a estes senhores o que é mesmo fazer jornalismo?

Acho que a solução está em mudar o nome "à coisa". Hoje em dia chama-se jornalismo ao jornalismo propriamente dito mas também a coisas do género que referi em cima. Que tal se se começasse a chamar jornalismo apenas ao jornalismo e inventar-se um nome para o resto? Alguém tem ideias?

segunda-feira, agosto 14, 2006

Orgulho ou incapacidade?

Passei estes últimos 15 dias de férias no sul de Espanha e reforcei uma opinião que já tinha sobre os espanhóis. Enquanto que os portugueses, tentam sempre falar a lingua estrangeira necessária à situação, os espanhóis, pelo contrário, parece que querem forçar os outros a tentar falar a língua deles.

Sempre ouvi dizer por essa europa fora que os portugueses têm uma especial aptidão para as línguas. Mas neste caso dos espanhóis, não me parece que seja inaptidão para falar uma língua estrangeira mas antes um teimoso orgulho em não querer nem sequer tentar falar, por exemplo, uma língua tão parecida com a deles como é o português.
Como em tudo, há sempre uma excepção para quebrar a regra e, felizmente, lá encontrei duas ou três excepções. Mas foram mesmo duas ou três. Durante os 15 dias que lá estive tive que comunicar com diversos espanhóis, quer no hotel, quer em cafés ou simplesmente na rua a pedir indicações. E foram mesmo apenas dois ou três que se esforçaram para que eu os percebesse.

Será simples orgulho ou mesmo incapacidade para falar outra língua? Cá para mim é mesmo orgulho no sentido pejorativo da palavra.

Bem... até à próxima, ou como dizem os espanhóis na Andalucia, "tá luego".