81ºs Óscares da Academia

Eles tinham prometido e cumpriram. Os Óscares deste ano foram mesmo diferentes.

Desde logo o apresentador. Hugh Jackman apresentou pela primeira vez os Óscares e, para mim, foi uma surpresa. Muito próximo da forma de apresentação de Billy Crystal, Hugh Jackman meteu-se com os nomeados, dançou, cantou e teve piada... quanto baste. Teve uma introdução fantástica, como há já muitos anos não tínhamos numa gala dos óscares. No entanto, durante o espectáculo, as piadas foram escassas. Tinha que haver maior (ou direi mesmo, algum) improviso e nem que não fosse de improviso, tinha que haver alguma preparação, entre entrega de óscares, de piadas. Aí, nesse aspecto, Hugh Jackman não esteve tão bem. Embora talvez a culpa não seja particularmente dele. Afinal... ele não é exactamente um humorista...

Relativamente à realização do espectáculo... Foi interessante o público ficar mais próximo do palco. Uma boa ideia. No entanto, não gostei da excessiva proximidade dos planos. Parecia que se estava num estúdio pequeno, em vez de se estar no grande Kodak Theatre. Portanto, interessante a ideia do público, dito mais importante, estar perto do palco mas faltou uns planos da sala, de quando em vez, de uma perspectiva mais abrangente.

Relativamente ao espectáculo em si... O musical a meio do espectáculo foi muito bom e é uma coisa que eu penso que se deveria apostar mais nestas galas.
Para além disso, foi interessante a ideia de "despachar" a entrega dos óscares de algumas das categorias de uma só vez. Tornou tudo mais rápido e deu mais realce ao que realmente merecia ser realçado. Os actores, que são os que dão a cara nos filmes, tiveram mais relevo. Brilhante a ideia de convidar actores já anteriormente galardoados e cada um falar directamente para cada um dos nomeados. Penso que foi, de todas, a melhor inovação nos óscares.
Penso, no entanto, que continua a falhar a entrega do óscar mais importante. Ainda não arranjaram forma de dar mais relevo ao melhor filme do ano. Parece apenas mais um óscar a ser entregue e não "O" óscar.

De qualquer forma, este ano foi bastante melhor que o ano passado e, agora, a perspectiva daqui para a frente é que vai sempre melhorar.

Relativamente aos óscares propriamente ditos... Dos 10 óscares mais importantes, apenas houveram 2 surpresas. Mickey Rourke perdeu o óscar de melhor actor principal para Sean Penn. Apesar de pensar que Mickey Rourke merecia o óscar, Sean Penn seria a minha segunda escolha. "A Turma", um filme tão galardoado na europa, perdeu o óscar para o filme japonês "Departures" (na lingua original, "Okuribito"). Fora estes 2 óscares, os outros, já era relativamente esperado.
O Melhor Filme foi "Quem Quer Ser Bilionário?" que foi o grande vencedor da noite, vencedor de 8 dos 10 óscares para os quais foi nomeado (sendo na categoria de melhor música original nomeado 2 vezes e, por isso, não podendo nunca ganhar 10 em 10 óscares). Dentro das principais categorias, ganhou igualmente o melhor realizador (Danny Boyle) e o melhor argumento adaptado por Simon Beaufoy.
Dustin Lance Black ganhou o óscar de melhor argumento original em Milk.
Kate Winslet foi a esperada vencedora do óscar de melhor actriz principal pela sua interpretação em "O Leitor" e Penélope Cruz a justa vencedora do óscar de melhor actriz secundária no filme de Woody Allen "Vicky Cristina Barcelona".
Heath Ledger foi o mais que esperado vencedor do óscar de melhor actor secundário pelo seu brilhante desempenho no filme mais recente do Batman, "O Cavaleiro das Trevas".
WALL-E foi o, também esperado, vencedor do óscar de melhor filme de animação.

Em suma foi um grande espectáculo. Óscares de uma maneira geral bem entregues e um espectáculo com um apresentador a repetir mas que precisa de corrigir alguns aspectos, nomeadamente no humor.

É preciso continuar a melhorar e a inovar.