quinta-feira, abril 05, 2007

Homenagem ao povo espartano



Bem… que dizer deste filme… Se já sentem saudades de ver filmes como o Senhor dos Anéis então não percam mais tempo e corram para as bilheteiras do cinema mais próximo.. Zack Snyder faz neste 300 uma fantástica adaptação a cinema da banda desenhada com o mesmo nome de Frank Miller, que nos retrata de uma forma bastante fiel os valores do antigo povo espartano. Triados logo à nascença, os descendentes homens só seriam cidadãos espartanos após passarem por duras provas de resistência e combate para garantir que a linhagem espartana mantivesse o espírito guerreiro. Ensinados a combater desde bem cedo aprendiam que morrer em nome de Esparta em combate seria a maior honra que poderiam vir a ter. As mulheres espartanas estariam à disposição dos homens que entretanto tivessem sobrevivido até aos 30 anos, idade esta que era o limite mínimo para os homens poderem ter relações com mulheres, de forma a poder perpetuar a linhagem. Leónidas (neste filme interpretado por Gerard Butler), rei de Esparta na altura, é confrontado com a ameaça do gigantesco reino Persa que estava prestes a invadir o reino grego, porém é-lhe dada a hipótese de manter Esparta invicta somente pela submissão ao imperador persa “rei dos reis” Xerxes (Rodrigo Santoro).
Contra o aval do concílio e dos próprios “Deuses”, Leónidas reúne 300 dos melhores guerreiros espartanos e dirige-se ao desfiladeiro de Termópilas, a porta de entrada das hordas persas, numa missão suicida em defesa do seu reino. Todo o filme tem uma dinâmica excepcional, a forma apaixonada como os espartanos combatem transmite-se por osmose da tela para o espectador de uma forma tão fluida que este não dá pelas cerca de duas horas de filme passarem. Apesar de ter interpretações medianas, a realização está muito bem conseguida, os slow motions das batalhas conjuntamente com planos extraordinários e efeitos sonoros muito bons transportam o espectador para o meio do campo de batalha. Por outro lado, vi três “imperfeições” (digamos assim) no filme. A primeira, que não trará qualquer impacto na crítica americana, é o facto de haver cenas em que o contraste não possibilita a visualização das legendas (à semelhança do filme As Cartas de Iwo Jima), problema este que seria resolvido com uns limites a preto nas legendas (meia culpa dos tradutores).
A segunda reside no facto de que os $60 milhões de orçamento deste filme não conseguem disfarçar, em poucos casos porém, o uso do “cenário verde” nas montagens. A cena que se nota profundamente isso é a partida dos 300 para o desfiladeiro. A terceira e última assenta também na parte técnica dos efeitos visuais, em que nalguns movimentos só falta ver a corda….
Em suma, trata-se de um drama épico com fundamento histórico a não perder em que o orgulho, o sarcasmo, a irreverência e o cinismo característicos do povo espartano transforma, por vezes, o drama e a violência extrema numa gargalhada do espectador, assim como nos faz sentirmo-nos espartanos também, (com um pormenor excelente que é a narração na 1ª pessoa do plural) honrando e perpetuando condignamente Leónidas e os 300 guerreiros que ajudaram a defender Esparta do reino Persa.
Nota: 16

1 comentário:

Anónimo disse...

...E nao acredito k fui ver o Bean em vez do 300...!!! BBUUUAAAAHHHHHH!!!!