Penso que todos concordamos que o casamento é uma das decisões mais pessoais que se podem tomar. Tendo isso em conta, que moral é que há para proibir determinados casamentos, como por exemplo o casamento de homosexuais? Como é que é possível haver pessoas contra o casamento que não seja o deles próprios? Que moral têm para interferir de tal modo num assunto tão pessoal da vida de outras pessoas? Penso que não há resposta possível a tais perguntas, simplesmente porque não faz sentido.
O professor da Universidade do Minho, Luís Aguiar-Conraria, num artigo no "O Público", apresenta um argumento, no mínimo, esclarecedor: "Não faz sentido ser-se a favor da livre escolha em algo tão irrelevante como a marca de champô e ser-se contra a livre escolha em algo tão pessoal e íntimo como o casamento".
É verdade que, cada vez mais, vivemos num mundo com maior liberdade. Apesar de tudo, tem-se verificado uma evolução positiva. Mas na minha opinião ainda há muito (demasiado) por onde evoluir.
Será que, por exemplo, argumentos como a bíblia ou simplesmente "a tradição" podem ser considerados argumentos suficientemente fortes para se justificar o facto de se ser contra o casamento de homosexuais? Por favor, sejamos racionais. Como diz Luís Aguiar-Conraria, "Textos sagrados não servem como argumento para proibir o quer que seja, não só porque a separação entre Igreja e Estado constitui uma trave mestra da democracia liberal, como também porque a liberdade individual implica liberdade religiosa. Misturar os assuntos é desonesto."
Para além deste argumentos, claramente insuficientes, direi mesmo, inválidos, será que há outros? Pois, não me parece.
Então de quê que se está à espera para mudar uma lei que vai, claramente, contra a nossa Constituição, que no seu artigo 13º nos fala do "Princípio da Igualdade"?
Para bem da sociedade em geral, espero que a espera seja curta.
sexta-feira, julho 28, 2006
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